Caminho todos os dias pela cidade e eis que surge a oportunidade de voltar a caminhar, em grupo, pelas roças da infância. A segunda Caminhada na Natureza de Santa Cruz do Sul, promovida pela Emater e Associação de Turismo Rural locais, com apoio importante de outras instituições, em Monte Alverne e em torno do Recanto Aromas do Monte, na sequência da sede distrital já conhecida como Rio Thal, veio plenamente ao encontro do estilo pessoal de vida adotado há algum tempo e que se mostra cada vez mais atual, ainda que possa retroceder no tempo.
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Trazer as pessoas do meio urbano para o rural, conhecer as suas belezas naturais e degustar os produtos da agricultura familiar – eis a boa motivação da iniciativa, lembrada pelo extensionista Carlos Corrêa da Rosa, da Emater/RS-Ascar, que atuou na coordenação. Transpirar e, ao mesmo tempo, respirar a exuberância da natureza do nosso interior, que nada deve a nenhum outro lugar e precisa ser valorizada pelo turista urbano, assim como seus empreendedores – bem acrescentou Alexandre Guedes, presidente da ainda recente Associação de Turismo Rural.
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Já falava em outro momento de aproveitar mais o que se tem de muito bom a oferecer bem perto de nós, e com custos menores, para fazer turismo e fazer bem à nossa vida. E essa possibilidade se mostrou plena e intensa no percurso pelos caminhos e trilhas rurais, que culminou no café colonial em meio aos jardins aprazíveis de uma casa de muitos anos de história familiar (no caso, da família Siebeneichler, em uma das linhas Brasil do interior regional), com música de gaita e bandoneon, feira de produtos locais e alegria de gente em salutar integração.
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Viveu-se o melhor dos mundos em um minimundo local, simples, mas profundo, porque fala de nossa identidade, de nossa natureza, da qual não podemos nos desligar, mas, ao contrário, precisamos voltar a nos conectar cada vez mais. É o que já constato na experiência pessoal na cidade, ao andar por suas ruas, em especial as mais arborizadas, com prédios e ambientes mais ajardinados, no deslocamento a pé ao trabalho e aos serviços mais próximos, acessíveis em 15 a 30 minutos (numa iniciativa de convencimento pessoal, mas que se vê cada vez mais em consonância com as teses vencedoras de urbanistas atuais na Europa e que começam a ecoar aqui, assim como de uma vida mais saudável, que reiteram a necessidade de cada pessoa caminhar pelo menos 30 minutos por dia).
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É difícil mudar hábitos mais cômodos, mas quem já começou a sentir e valorizar de fato o gosto desta mudança, por certo se entusiasma por essa transformação e novo estilo de viver. Quem já deixou um pouco de lado o uso excessivo do automóvel, que causa tantos problemas no trânsito, e voltou a transitar mais a pé, sabe o que isso pode representar em termos de melhora, de fato, da qualidade de vida, dos diagnósticos de saúde mental e física, e de novas perspectivas com velhas e boas práticas atualizadas.
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E, por certo, participará de novas caminhadas que já são programadas pelo nosso belo interior (de onde, inclusive, grande parte de nós procedemos ou com o qual temos alguma ligação), de um novo turismo local, de um renovado modo de viver, que representa um real retorno à natureza. Da nossa natureza humana, de onde viemos e para onde sempre precisamos retornar, pois assim podemos encontrar mais sentido e ânimo em nosso viver. Parafraseando chamados modernos, “bora” levantar do sofá, do banco do carro, e “partiu” caminhar!
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