Cultura e Lazer

O recado de Manoel Soares em “Para meu amigo branco”

Aos 43 anos (completa 44 em 18 de junho), o jornalista e comunicador baiano Manoel Soares tornou-se rosto (e voz) conhecido entre os brasileiros, como apresentador de TV, atuando no programa Encontro com Patrícia Poeta, na Globo.

Mas ele também desenvolve carreira de escritor, e, nela, um livro de sua autoria lançado em 2022 já constitui leitura obrigatória para os que pretendam refletir com alguma profundidade sobre a problemática racial, em especial no tratamento e nas ações dispensados a negros.

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Para meu amigo branco, em 151 páginas, foi editado pela Agir e custa R$ 39,90. Na primeira linha, ele já evidencia o tom de sua linha de reflexão: “Este livro não tem por objetivo ficar fazendo média ou curvas teóricas em cima da situação racial brasileira. Se você está com ele na mão, é porque já deve imaginar o tamanho do problema que nós temos.”

E o uso da primeira pessoa do plural, “nós”, é mais do que pertinente: é essencial. Se o Brasil, ou qualquer nação, deseja em algum momento abordar alguma questão pública, social, com justiça e equidade, é indispensável posicionar-se no plural, comprometendo a todos. O que não significa que cada pessoa, o indivíduo, não deva trazer para o seu próprio mundo, para o seu contexto, as mesmas problemáticas que são coletivas.

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E é por isso que Manoel, nomeado embaixador cultural da União Africana, não fala com abstrações ou de forma genérica: ele se dirige a cada pessoa, a cada “amigo branco” de cada amigo negro. Como o jornalista refere, seu propósito é descrever as fragilidades que o racismo (por vezes convenientemente não admitido, mas cotidianamente presente) causa no povo negro.

Em um contexto de racismo estrutural, ele se propõe a demonstrar como o preconceito foi se instalando em cada fase da vida do seu “amigo branco” (esse que ele pode chamar de amigo; imagine-se então quando não poderia sequer nomeá-lo assim), desde a primeira infância até que chegasse à vida adulta. É um livro que deve estar na biblioteca de cada brasileiro.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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