O surto de febre amarela em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia aumentou a procura pela vacina contra a doença em Santa Cruz do Sul. Embora o governo do Estado afirme que, atualmente, 70% da população gaúcha esteja imunizada, o Rio Grande do Sul é considerado área recomendada para imunização desde a semana passada.
De acordo com a coordenadora do Programa Municipal de Imunização, enfermeira Raquel Emmel Lopes, apesar da busca por informações ter aumentado nas últimas semanas, o número de aplicações não impactou significativamente. “A maioria das pessoas já está vacinada. Estimamos que 99% dos santa-cruzenses estejam imunizados”, comenta. A enfermeira lembra que, em 2009, quando houve o aparecimento de bugios mortos na região, grande parte da população teria sido vacinada. “Quem fez uma vez na vida, não precisa fazer mais”, afirma.
Ela explica que o fato de o município estar infestado pelo mosquito aedes aegypti não agrava a situação atual. “Não temos febre amarela urbana aqui. O que temos é a silvestre. Fazemos o controle da doença quando aparecem animais mortos nas matas”, diz. Raquel recomenda que, quem não puder fazer a vacina, se proteja evitando áreas de matas ou usando repelentes.
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1. Quem deve fazer a vacina contra febre amarela? Quem ainda não fez nenhuma aplicação da vacina.
2. Ela tem validade? Segundo a enfermeira Raquel Emmel, é necessário se imunizar apenas uma vez na vida. Em caso de dúvida se recebeu a aplicação ou não, o paciente deve procurar qualquer posto de saúde, de preferência, com a carteira de vacinação em mãos.
3. Onde fazer a vacina? Ela está disponível em todos os postos de saúde e unidades de ESFs do município.
4. Qual o período necessário para estar imunizado? A vacina leva dez dias para fazer efeito. Portanto, caso tenha uma viagem programada, é preciso se antecipar.
5. Quem não pode fazer a vacina? De acordo com a enfermeira Raquel, a vacina é contraindicada para pacientes imunodeprimidos, grávidas, mulheres que amamentam crianças com menos de seis meses e crianças menores de nove meses.
6. Quais as reações da vacina? Raquel explica que as complicações podem aparecer somente a partir do quinto dia após a aplicação, o que significa que qualquer sintoma que surgir antes desse período deve estar relacionado a outro problema de saúde. A vacina pode causar reações como febre, problemas gastrointestinais e mal-estar.
7. A vacina é obrigatória para quem vai viajar? Dentro do território brasileiro, não. Porém, é preciso estar atento se o local visitado não enfrenta algum surto, o que pode aumentar o risco de contrair a doença. Já para viajar ao exterior, é necessário apresentar o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP), que é um documento que comprova a vacinação contra doenças, conforme definido no Regulamento Sanitário Internacional. Ele é necessário em alguns países e a emissão é realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A febre amarela é uma doença febril aguda, causada por um arbovírus (vírus transmitido por mosquitos). Os primeiros sintomas são inespecíficos, como febre, calafrios, cefaleia (dor de cabeça), lombalgia (dor nas costas), mialgias (dores musculares) generalizadas, prostração, náuseas e vômitos. Após esse período inicial, geralmente ocorre declínio da temperatura e diminuição dos sintomas, provocando uma sensação de melhora no paciente. Em poucas horas – no máximo, um ou dois dias – reaparece a febre, a diarreia e os vômitos têm aspecto de borra de café.
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Os casos de febre amarela no Brasil são classificados como silvestre ou urbana, sendo que o vírus transmitido é o mesmo. A diferença entre elas é o mosquito vetor envolvido na transmissão. Na urbana, o vírus é transmitido ao homem pelo mosquito aedes aegypti. Desde 1942 não é registrado nenhum caso no Brasil. Na silvestre, os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes transmitem o vírus e os macacos são os principais hospedeiros; nessa situação, os casos humanos ocorrem quando uma pessoa não vacinada entra em uma área silvestre e é picada por mosquito contaminado.
Na sazonalidade 2008/2009, o Rio Grande do Sul registrou 21 casos da febre amarela silvestre em humanos. Desde 1999, é realizada a vigilância de mortes de macacos, com o objetivo de verificar e antecipar a ocorrência da doença, pois a mortalidade destes animais pode indicar a presença do vírus em uma determinada região. Dessa forma, é possível fazer a intervenção oportuna para evitar casos humanos, por meio da vacinação das pessoas, e também evitar a urbanização da doença, por meio do controle dos mosquitos transmissores nas cidades.
O número de mortes por febre amarela confirmadas no Estado de São Paulo desde janeiro de 2017 subiu para 21, conforme dados da Secretaria de Estado da Saúde. Somados, os 11 óbitos confirmados em 12 dias de 2018 são mais que o dobro dos dez casos relatados em todo o ano passado. No Rio de Janeiro, quatro pessoas morreram em decorrência da doença e, desde julho, todos os 92 municípios fluminenses estão incluídos na área de recomendação da vacina.
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*Com informações da Secretaria Estadual de Saúde.
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