A investigação sobre a morte da vera-cruzense Francine Rocha Ribeiro, de 24 anos, é prioridade para a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Santa Cruz do Sul. A jovem estava desaparecida desde domingo, 12, e foi encontrada por familiares na manhã desta segunda-feira, 13, em um matagal entre o Lago Dourado e o Rio Pardinho, em Santa Cruz. O trabalho da polícia é coordenado pela delegada Lisandra Castro de Carvalho e as informações abaixo são as que se sabe e podem ser divulgadas sobre o caso.
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1. Quando Francine foi até o Lago Dourado?
Francine foi vista por familiares pela última vez na tarde de domingo. Ela tinha almoçado na casa do pai, em Rincão da Serra, interior de Vera Cruz. Pouco antes das 15 horas, o noivo a levou até o Lago Dourado, onde ela desceu para caminhar. As câmeras do complexo registraram a jovem se alongando às 14h55. Ela publicou uma foto nos stories do Instagram em seguida, às 15h08.
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Após dar a volta no lago, Francine iria a pé até a casa da mãe, nas proximidades do ginásio do Bairro Bom Jesus, em Vera Cruz. O circuito de caminhada no entorno do Lago Dourado tem seis quilômetros e é percorrido em uma hora, em média. Por volta das 17 horas a mãe de Francine estranhou a demora e foi quando familiares e amigos começaram a mobilização para procurar a jovem.
Os familiares conseguiram rastrear o possível caminho que a vítima teria percorrido a partir do sinal de GPS do celular dela. O último local sinalizado no rastreio foi na Praia dos Folgados, o que determinou o foco das buscas. No entanto, Francine foi procurada em hospitais da região e até mesmo em Sinimbu. Cerca de 20 pessoas a procuraram desde o fim da tarde de ontem até cerca de 2h30 desta segunda-feira. O grupo voltou às buscas logo cedo da manhã de hoje, por volta das 7 horas.
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2. Familiares encontram o corpo entre o lago e o rio
Foi por volta das 9h45 desta segunda-feira que um familiar encontrou o corpo de Francine. O local onde ela estava era um matagal de difícil acesso, cerca de 370 metros distante da faixa de caminhada ao redor do lago. A caminhada para chegar ao local onde estava o corpo dura cerca de meia hora e é preciso atravessar uma área de banhado. O corpo estava deitado no chão, com as mãos amarradas. O celular dela não foi localizado.
De acordo com a delegada Lisandra, uma conclusão preliminar é de que Francine tenha sido coagida a caminhar até lá, talvez sob ameaças com arma de fogo ou faca. “É inviável uma pessoa carregá-la até o local. Tudo indica que a morte foi lá, essa é a minha impressão”, disse Lisandra em entrevista nessa manhã. Conforme a delegada, há a hipótese de que a vítima tenha sido morta ainda durante a tarde de domingo, mas apenas a necropsia vai poder precisar o horário e a causa da morte.
3. Como Francine foi morta?
O corpo de Francine foi retirado do local por volta das 14h50 para ser encaminhado ao Departamento Médico Legal (DML) de Cachoeira do Sul. O resultado preliminar da necropsia, que vai apontar a causa e horário aproximado da morte, deve sair nesta terça-feira, 14.
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Por enquanto, a Deam segue a linha de investigação como feminicídio. Há, ainda, uma hipótese muito remota de latrocínio (roubo seguido de morte), conforme a delegada Lisandra. “O celular foi levado e é um caminho muito longo a ser percorrido só para a subtração do aparelho, mas não podemos descartar”, explicou, em entrevista na manhã desta segunda-feira.
Quando o corpo foi encontrado, estava vestido com calça de caminhada e uma blusa um pouco levantada. A perícia vai confirmar se houve violência sexual. Não havia sinal de disparos de arma de fogo ou de facadas, apenas marcas no pescoço, o que podem indicar estrangulamento. “Todas as linhas de investigação serão devidamente apuradas”, confirma a delegada.
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4. Os suspeitos
De acordo com a responsável pela Deam, ainda é cedo para pensar em possíveis suspeitos para o crime. “Ninguém está descartado, mas ninguém está incluído.” O complexo do Lago Dourado tem câmeras na entrada, no local do estacionamento, que poderiam ter flagrado um possível suspeito. Porém, “as pessoas podem entrar por outras vias de acesso, não necessariamente na entrada oficial”, explicou a delegada.
Denuncie
A Polícia Civil disponibiliza o número (51) 9 8600 1946 para que sejam enviadas denúncias anônimas ou repasse de informações relevantes para a investigação. É possível ligar, enviar mensagens SMS ou por WhatsApp.
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