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O que querem os apoiadores de Bolsonaro

Foto: Bruno Pedry

Manifestantes se concentraram no Trevo do Gaúcho Diesel na tarde dessa segunda-feira

Uma grande quantidade de pessoas em Santa Cruz do Sul aderiu ao movimento que tomou conta de rodovias de diversos Estados tão logo foi confirmada a vitória nas eleições presidenciais de Luiz Inácio Lula da Silva sobre Jair Bolsonaro, na noite de domingo. Apoiadores do atual presidente, representando diversos setores, principalmente caminhoneiros, se concentraram nas proximidades do Trevo do Gaúcho Diesel (entroncamento da BR-471 com a RSC-287) desde as 13 horas dessa segunda-feira, 31.

Mesmo com a chuva, o protesto contou com grande adesão. Segundo o caminhoneiro Sebasthian Pereira, um dos líderes da categoria em Santa Cruz do Sul, o objetivo é chamar a atenção da sociedade. “Nós, caminhoneiros, e grande parte dos brasileiros não estamos contentes com o resultado das eleições deste domingo. Estamos demonstrando isso e recebendo apoio de todo mundo”, disse ele. Conforme Pereira, há paralisações da categoria em pelo menos 14 Estados.

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No município, a manifestação foi pacífica. “De tempo em tempo é liberado para todo mundo passar, inclusive os caminhões. De 15 em 15 minutos, para tudo. Conversamos com o Comando Rodoviário da Brigada Militar, eles entraram em acordo e está sendo pacífico. Não tem nada de baderna ou bagunça.” Segundo o líder da categoria, não há prazo para o grupo deixar o local. Banheiros químicos já foram instalados e um bandeirão do Brasil também foi levado para o trevo.

“Estamos esperando a manifestação do nosso presidente, por que ele não falou ainda. Enquanto ele não se manifestar, a gente não pretende arredar o pé daqui”, finalizou o caminhoneiro. Na região, ainda houve outras manifestações na RSC-287. Em Venâncio Aires, nas proximidades do restaurante Casa Cheia, e na RSC-453, no trevo de Linha Travessa, os manifestantes queimaram pneus e impediram a passagem de veículos.

Em Candelária, o protesto foi próximo ao Posto Lago Azul, no quilômetro 127. Na mesma rodovia, houve bloqueio parcial em Agudo. Já em Pantano Grande, no quilômetro 213 da BR-290, produtores rurais e caminhoneiros realizam manifestações e pedem, entre outras reivindicações, por intervenção do Exército. O trânsito na BR-290, em Pantano Grande, ficou bloqueado até por volta das 15h20. O trabalho de fiscalização das ações nas rodovias vem sendo realizado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pelo Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM).

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Em nota, a PRF afirmou que busca a preservação da ordem, a segurança viária e o combate aos crimes nas rodovias. “Desde ontem [domingo], quando surgiram as primeiras interdições, a PRF adotou todas as providências para o retorno da normalidade do fluxo, direcionando as equipes para os locais e iniciando o processo de negociação para liberação das rodovias, priorizando o diálogo”, diz parte do texto.

“Ação Antidemocrática”, diz CNTTL

Diante das paralisações que tomaram conta das rodovias brasileiras, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) repudiou os protestos dos caminhoneiros. Em vídeo, o diretor da entidade, Carlos Alberto Litti Dahmer, disse que a categoria vem sendo usada como manobra por um grupo político derrotado. “O que estamos vivenciando é uma ação antidemocrática de alguns segmentos que não representam a categoria dos caminhoneiros autônomos, de não aceitação do resultado das urnas. Nós precisamos respeitar o que o povo decidiu”, comentou.

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Liminar

Na noite dessa segunda-feira, 31, a Polícia Rodoviária Federal no Rio Grande do Sul, por intermédio da AGU, obteve decisão da Justiça Federal concedendo liminar determinando a liberação das rodovias federais interditadas por pessoas e veículos de carga, sendo obrigatório o imediato cumprimento por parte dos manifestantes.

A decisão prevê multa pecuniária no valor de R$ 10.000,00 por pessoa física e de R$ 100.000,00 por pessoa jurídica participante, sendo automaticamente duplicada a cada hora de permanência da conduta ilegal. 

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