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O que mudou no Hospital Regional após a troca de comando

Um protesto realizado ontem na frente do Hospital Regional do Vale do Rio Pardo, em Rio Pardo, evidenciou a indignação de parte dos ex-funcionários da instituição, que passa por uma troca de comando. Segurando cartazes, 20 pessoas cobravam agilidade no pagamento da rescisão dos contratos com a Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV), a antiga mantenedora. Também exigiram mais transparência da atual – o Grupo de Apoio à Medicina Preventiva (Gamp) – na divulgação dos resultados da seleção que escolheu os novos servidores do hospital. 

A Gamp está à frente do Hospital Regional desde 6 de abril. Agora, a Prefeitura espera que a instituição realize, em Rio Pardo, as cirurgias em massa que já ocorrem em Canoas, onde a Gamp dirige o Hospital Universitário, da Ulbra, e o  Hospital de Pronto Socorro.

O Hospital Regional é referência em traumatologia para 11 municípios e em saúde mental para 13. Com a mudança, 159 funcionários foram desligados. Outros seis estão afastados e passarão pelo processo em outro momento. Haverá indenizações, mas os valores ainda não foram definidos, conforme a assessoria de comunicação da FHGV. O pagamento da rescisão, cobrado na manifestação de ontem, dependeria de repasses municipais.

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Foram mantidos 78 funcionários da Irmandade de Caridade do Senhor Bom Jesus dos Passos, que mantinha o hospital até fevereiro de 2014. O atendimento continua no sistema 100% SUS.

AS MUDANÇAS

Administração
O Grupo de Apoio à Medicina Preventiva (Gamp) assumiu a administração do hospital no dia 6 de abril, em substituição à Fundação Hospitalar Getúlio Vargas. O novo diretor administrativo é Alcides Paganotto, e a diretora assistencial é Patrícia Silveira. O diretor assistencial geral é Gustavo Corrêa, que fica no Hospital Universitário da Ulbra, em Canoas, também gerido pela Gamp. O diretor técnico é o cardiologista Diego Zacca. Inclusive, uma das razões apontadas pela Prefeitura de Rio Pardo para a entrada da Gamp é que o Hospital Regional teria uma extensão universitária e os chamados mutirões de saúde, realizados em Canoas, em que até 60 pessoas com problemas semelhantes são operadas em apenas um fim de semana.

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Concurso
O concurso público para o Hospital Regional de Rio Pardo foi cancelado em 23 de março e a taxa de inscrição, devolvida. O motivo foi o encerramento do contrato de gestão com a Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV). Os concursos realizados anteriormente, para o preenchimento de vagas em aberto, perderam a validade com a troca de gestão e as pessoas aprovadas não serão chamadas pela mantenedora atual.

Novos funcionários
Foram contratados por meio de processo seletivo e análise de currículo 97 funcionários para a área assistencial, 50 médicos e 53 para a administração, segurança e higienização. A Gamp informa que tanto a seleção como o resultado final foram divulgados, inclusive pela imprensa local.

Rescisões
A Fundação Hospitalar Getúlio Vargas informa que aguarda a quitação dos repasses devidos pela Prefeitura de Rio Pardo para fazer o pagamento das rescisões. Segundo a entidade, a Prefeitura precisa repassar R$ 7 milhões pelos serviços prestados nos meses de janeiro, fevereiro e março. A FHGV afirma que já entregou a prestação de contas à Prefeitura. “A FHGV reconhece o esforço e o comprometimento dos trabalhadores do Hospital e espera que a situação possa ser regularizada o quanto antes”, diz trecho de nota publicada no site da instituição.

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O procurador jurídico da Prefeitura, Milton Coelho, explica que o relatório da FHGV está sendo analisado pela Secretaria Municipal de Saúde. Ele afirma que o Município repassa o dinheiro à administradora conforme recebe do governo estadual. “A FHGV renovou contratos com funcionários por um ano em março, mas sabia que o contrato com a Prefeitura se encerrava no dia 5 de abril. A Fundação teria que honrar os compromissos, independente de qualquer situação. Foi contratada para gerir o hospital mediante repasses que a Prefeitura recebia do governo estadual”, explica.

Repasses
O secretário de Saúde, Augusto Pellegrini, informa que um acordo foi realizado com praticamente todos os hospitais do Estado para que os valores atrasados fossem acessados. Os R$ 20 milhões que a Prefeitura tem para receber serão pagos em maio e junho, R$ 10 milhões em cada mês. Para que isso ocorra, o acordo fez com que os repasses mensais fossem reduzidos de R$ 2,3 milhões para R$ 1,7 milhão. Em abril, deve ser pago o recurso de março. “Quem não entrou no acordo não poderá receber os valores atrasados. Tem repasse de 2014 que ainda não veio. Mas com essa fórmula única, o Estado vai regularizar pagamentos”, disse. 

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