Eis um ano que, se tivesse sido descrito em algum romance de ficção, teria soado de todo inverossímil. E, no entanto, foi real, muito real. As artes, tão acostumadas a explorar a imaginação e a fantasia, de repente foram pegas desprevenidas. Mas o que fica deste inapreensível 2020 na cultura regional? O Magazine faz um pequeno balanço, em quatro setores referenciais. E claro que ficam boas coisas…
Na música
Com a intensificação da quarentena, ainda em março, a cena musical foi duramente afetada pela pandemia. Ao longo dos meses seguintes, os elos envolvidos com esse setor acabaram tendo de usar de muita criatividade para subsistir. No entanto, em âmbito de região e de País, algumas importantes iniciativas surgiram para manter e reforçar o vínculo de artistas com o público.
Em Santa Cruz do Sul, o Happy Hour Gazeta, com lives diárias, foi uma dessas ações, em que belas canções, em formato virtual, surgiram nos lares dos cantores, caso de Vinny Rosa, e puderam ser acompanhadas, ao vivo ou no clipe mantido na internet, em todos os lugares. E, de fato, as lives se firmaram como marca.
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Na literatura
Os eventos presenciais na área da literatura igualmente foram afetados em 2020, com o seu cancelamento. Foi o caso da Festa Literária de Santa Cruz do Sul e da Feira do Livro de Santa Cruz do Sul, que costumam reforçar a interação entre autores e leitores.
Se em termos de feiras o ano passou em branco, foi bem o contrário em termos de leitura. A quarentena talvez tenha sido um dos momentos que mais estimularam as pessoas, dentro de casa, a ler. Enquanto as livrarias ainda não atendiam de forma presencial, as encomendas a distância foram a alternativa.
E, em plena pandemia, foi um ano riquíssimo em termos de lançamentos, inclusive locais. Em destaque, já na reta final de ano, o novo livro do jornalista Ricardo Düren, O homem da sepultura com capacete, sob o selo da Editora Gazeta.
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No cinema
Com a pandemia, os cinemas foram fechados em todo o Brasil. Em Santa Cruz, reabriram em outubro, sob a vigência da bandeira amarela no distanciamento controlado. Mas já no mês seguinte, com a bandeira vermelha, as duas casas voltaram a fechar (com perspectiva de finalmente poderem reabrir na próxima semana). Ficou como alternativa para os aficionados assistir a filmes em canais de streaming, buscando manter-se de alguma forma atualizado com as novidades.
Mas os contratempos não impediram que a terceira edição do Festival Santa Cruz de Cinema acontecesse. E que, aliás, fosse um sucesso. O vencedor foi o curta Perifericu, e a homenageada do ano foi a atriz Léa Garcia.
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Nas artes plásticas
A exemplo dos demais espaços culturais, também as salas de museus e de exposições de artes acabaram fechando suas portas em virtude da pandemia. Os artistas dedicaram-se nesse período a produzir novas obras, não raro inspiradas pelo próprio contexto incomum de vivências em sociedade.
Em Santa Cruz, a Casa das Artes Regina Simonis passou boa parte do ano sem eventos ou atividades, o que pôde ser contornado somente a partir de meados de novembro. Mesmo nesse curto espaço de tempo até o fim do ano, proporcionou a apreciação de obras de importantes artistas plásticos, em mostras especiais. Com uma instalação alusiva ao Natal, a casa encerrou suas ações do ano, mas já projeta uma retomada efetiva, e de alta qualidade, no início de 2021.
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