Enfim, férias! Há aqueles que gostam e, também, os que desgostam. Para os pais, o recesso escolar pode gerar preocupação. Afinal, nem todos têm condições de deixar o trabalho de lado para cuidar dos filhos ou realizar uma viagem. Porém, a tarefa não é tão difícil quanto parece. Envolver as crianças em afazeres diários e aproveitar o período para desenvolver visões com as quais não estejam acostumados é uma boa saída para curtir bons momentos em família.
O que para os adultos são ações banais, para as crianças são atividades diferentes das que estão acostumadas e que possibilitam a aprendizagem fora do ambiente escolar. A chefe do Departamento de Educação e professora do Mestrado em Educação da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Sandra Richter, explica que, como todo ser humano, as crianças estão sempre aprendendo. Nas férias, o papel dos pais é tornar esse aprendizado mais complexo.
“Estamos vivendo quase um apartheid, onde adultos e crianças não se encontram”, compara Sandra. Portanto, esse tempo de parada deve servir para maior integração entre faixas etárias, independente do grau familiar. Para a professora, o importante são as contribuições que essas pessoas podem trazer para as crianças, pois todos têm visões diferentes, e essas leituras, não só textuais, mas de imagens, de natureza, de comunidade, de mundo são necessárias na formação dos pequenos.
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Segundo a professora, a criança precisa participar da vida, das decisões e do planejamento da família, principalmente nas férias, para que ela compreenda que nem sempre vai poder estar na companhia dos pais e, dessa forma, não se sinta isolada. Os filhos devem ser ouvidos sobre o que querem fazer durante o recesso escolar e, a partir disso, a família planeja como ele vai ser realizado.
Experiências de leitura e passeios são ideais para crianças menores. Para as que estão em fase de alfabetização, é interessante que acompanhem os pais em atividades do dia-a-dia, como escrever a lista do mercado e participar de uma ida ao banco. Esse tipo de tarefa, conforme Sandra, mostra à criança como funciona a dinâmica da sociedade, item que ela precisa aprender e, nem sempre, a escola ensina.
Ler notícias é outro hábito dos adultos no qual as crianças podem ser inseridas. Da mesma forma, definir um destino de viagem utilizando mapas para conhecer a região em que vive e a que será visitada, aprender a cozinhar e escrever a receita, ajudar na organização da casa e cuidar de animais são formas de incorporar no cotidiano das crianças atividades normalmente executadas por adultos. E assim, de acordo com Sandra, ajudar as crianças a entender o “nosso mundo”.
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