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CUIDADO

O que fazer ao se deparar com uma serpente

Animal estava nas proximidades do galpão da propriedade, em Linha João Alves

A rotina na propriedade do fumicultor Giovane Luiz Weber foi interrompida na tarde da última terça-feira, 21, por uma visitante indesejada. Depois da chuva, o produtor de Linha João Alves, no interior de Santa Cruz do Sul, localizou uma serpente próxima ao galpão. Mesmo ciente dos riscos, usou um galho comprido para capturar o animal e colocá-lo em um vidro. “Minha dúvida é se alguém busca essas cobras, já que muitos hospitais não possuem soro antiofídico. Em uma outra oportunidade, liguei para cinco lugares e ninguém soube me informar”, recorda.

O professor Andreas Köhler, do Departamento de Biologia e Farmácia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), ressalta que as pessoas nunca devem manusear serpentes, especialmente se forem peçonhentas. O caminho é telefonar para as secretaria municipais de Meio Ambiente dos municípios para solicitar apoio na remoção do animal. “Na universidade não temos lugar para acomodar adequadamente esses animais, nem uma equipe suficientemente grande para atender às chamadas. Recebemos pelo menos uma ligação por semana”, revela.

Köhler ainda lembra da atuação do Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT-RS), que conta com pessoas treinadas para coletar serpentes vivas e que podem fazer a remoção caso estejam próximas dos locais dos registros. O plantão de emergência do órgão pode ser acionado pelo telefone 0800 721 3000.

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As serpentes integram a cadeia ecológica e são consideradas cruciais para o equilíbrio ambiental, fazendo parte de uma grande e complexa teia alimentar. Além disso, veneno é usado para estudos e produção de soros e vacinas.

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Como coletar serpentes
O Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT-RS) recebe serpentes mortas e vivas. Os animais mortos devem ser acondicionados em vidros com álcool. O envio de animais vivos precisa ser sempre precedido de contato telefônico ao CIT. Essas serpentes devem ser coletadas de acordo com as seguintes orientações:

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  • Use um gancho ou galho de árvore resistente;
  • Coloque o animal em caixa de madeira ou de plástico, de tamanho adequado, com abertura (furos) para ventilar;
  • Verifique se a caixa está bem fechada;
  • Ligue para o CIT/RS, pelo 0800 721 3000. Para mais informações, acesse o site www.cit.rs.gov.br.

Jararaca
A serpente capturada pelo produtor rural Giovane Luiz Weber segue na propriedade da família, em Linha João Alves, no interior de Santa Cruz do Sul. O fumicultor, que também é colunista da Gazeta do Sul, ressalta que caso o animal não seja removido nos próximos dias, será solto em um local afastado de pessoas e outros animais domésticos. “Caso alguém tenha interesse, pode entrar em contato comigo.” O telefone é o (51) 9986 3147.

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“Nós, agricultores, nunca levantamos pela manhã para ir à caça das serpentes, mas para trabalhar. Elas são um perigo muitas vezes escondido que temos que enfrentar no dia a dia na agricultura.” Pelas fotografias feitas pelo agricultor, o professor Andreas Köhler acredita que se trata de um exemplar do gênero Bothrops – há quatro diferentes no Estado. A serpente é popularmente conhecido como Jararaca.

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SAIBA MAIS
Os soros antivenenos são produzidos por laboratórios como o Butantan, Vital Brazil, Fundação Ezequiel Dias e Centro de Produção e Pesquisa de Imunológicos (CPPI) e repassados para as secretarias estaduais de saúde para serem utilizados nos casos de acidentes com animais peçonhentos. Na 13a Coordenadoria Regional de Saúde (13a CRS), segundo o CIT-RS, os hospitais de referência são Hospital Santa Cruz (HSC) e Hospital Monte Alverne. Para acidentes com serpentes, estão disponíveis os seguintes soros:
SAB (soro antibotrópico), para picadas de jararacas e cruzeiras;
SAE (soro antielapídico), para picadas de corais-verdadeiras;
SAC (soro anticrotálico), para picadas de cascavéis.

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