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O que falta para Santa Cruz receber uma sede do IGP

Uma antiga demanda de Santa Cruz do Sul está para sair do papel. Ainda não há uma data, mas faltam poucos detalhes para a instalação de uma unidade do Instituto Geral de Perícias (IGP) em Santa Cruz. Um dos pontos a serem alinhados entre a Prefeitura e o Estado é o local. A administração municipal espera alocar o posto junto ao Centro Integrado de Segurança Pública e Cidadania, no Bairro Arroio Grande. 

Segundo o secretário municipal de Segurança, Defesa Civil e Esporte, Henrique Hermany, gestores do IGP já visitaram o Centro Integrado, onde a Prefeitura pretende que a unidade local do IGP seja instalada. Agora, aguarda uma resposta para saber se o local atende às necessidades do instituto. Antes da inauguração do centro no Arroio Grande, que completa um ano hoje, falava-se em alocar o IGP junto ao Sine, na Rua Marechal Floriano, mas atualmente o Município considera o Centro Integrado o lugar mais apropriado. “Estamos trabalhando. Isso é uma pauta prioritária do município. Queremos concretizar esse avanço. Faltam algumas definições tanto em nível municipal quanto estadual”, disse o titular da pasta. 

Outro entrave para a instalação do IGP em Santa Cruz é a falta de peritos em todo o Estado. Para resolver o problema, o instituto abriu um concurso público no início deste ano, que era aguardado desde 2015. Os novos profissionais que atuarão no IGP devem ser chamados entre fevereiro e março do ano que vem. A estimativa é do diretor do Departamento de Criminalística, Paulo Ricardo Ost Frank. 

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Os candidatos realizaram a prova em julho e já passaram pela avaliação psicológica. No momento, a seleção está em fase de investigação da vida pregressa dos aprovados. “Há cotas para afrodescentes e deficientes físicos. Alguns casos específicos estão sendo avaliados. Acredito que até fevereiro ou março estaremos chamando para começar o treinamento”, explica Frank.

Polícia apoia a medida

A instalação da unidade do IGP no município afetaria diretamente o trabalho da Polícia Civil. Os investigadores passariam a contar com laudos periciais em um maior número de inquéritos, o que qualificaria a apuração dos crimes. Sem peritos no município, em algumas situações se opta por não acionar o IGP. “Em um acidente  em uma rodovia, por exemplo, onde seria preciso interromper o trânsito por horas, acaba não se pedindo”, revela a delegada Raquel Schneider, titular da Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento – responsável por comparecer em cenas do crime para as investigações iniciais. 

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Atualmente o procedimento, conforme ela, prevê que os policiais cheguem ao local da ocorrência e avaliem se é ou não necessário chamar o IGP. “Se há indicativos de que tem como resolver sem a perícia, quando já existem suspeitos ou testemunhas, não chamamos”, explica. Além disso, em algumas situações em que está chovendo, os vestígios já foram mexidos e o local do crime desfeito, também se decide por não acionar. Já com a unidade no município, seriam realizadas perícia em, pelo menos, todas as situações que envolvessem mortes violentas. “Não haveria  essa dificuldade, nem para eles e nem para nós.” A delegada destaca que até mesmo em casos de crime contra o patrimônio, como em arrombamentos, o IGP poderia ser acionado. 

No caso de municípios que, a exemplo de Santa Cruz, não contam com unidade do IGP, a demora até a chegada dos peritos de outras cidades provoca situações desgastantes. “O corpo fica horas no local do crime, enquanto os familiares esperam a liberação. É uma situação difícil”, comenta a delegada. Segundo ela, a região atendida pelas unidades é grande, assim como a demanda. “Às vezes acionamos os peritos, mas eles estão em municípios ainda mais distantes de Santa Cruz. Já aconteceu de os chamarmos e eles estarem em outra cidade, e serem obrigados a atender a um segundo crime neste mesmo município antes de vir para cá.  Uma vez chamamos às 17 horas e chegaram às 23 horas”, completa.

Unidade poderá ter até 12 profissionais

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A estimativa é que de oito a 12 profissionais sejam destinados a trabalhar na unidade de Santa Cruz, que deverá atender a região dos vales do Rio Pardo e Taquari. Já os funcionários que atuarão na parte administrativa serão ligados à Prefeitura. Atualmente, os peritos precisam se deslocar de Santa Maria ou de Porto Alegre para atender crimes – principalmente, homicídios – que aconteceram na região. 

“É uma demanda antiga e mais do que necessária. Talvez não seja perceptível para muitas pessoas. Só quem sofreu e passou por uma situação de necessitar de perícia sabe o drama que é aguardar”, comenta Henrique Hermany. “Nosso objetivo é dar agilidade, até por entender que Santa Cruz é um polo na área da segurança pública.”

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