Dois atuais vereadores e um ex-candidato a prefeito estão entre os cotados para assumir cargos no governo Helena Hermany (PP). A nova composição do secretariado, que deve ser confirmada entre o fim de janeiro e o início de fevereiro, vem gerando expectativa nos partidos da base aliada.

Em dezembro, a Câmara aprovou a criação de duas novas secretarias. Com isso, o governo voltará a ter 15 pastas, como era até Helena assumir. Uma delas é a de Habitação, que havia se fundido às áreas de Desenvolvimento Social e Esporte no início do governo. Outra é a de Serviços Públicos, que dará status de secretaria a um órgão hoje vinculado ao Meio Ambiente e que se dedica à zeladoria urbana.

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Helena, porém, já confirmou que irá mexer em outras áreas. A ideia é alinhar as forças governistas para manter o grupo coeso e evitar dissidências até a eleição de 2024. Com isso, algumas siglas devem ampliar o espaço na gestão. Uma das prioridades é o PSD. Embora tenha dois vereadores e venha sendo fiel ao governo nas votações desde o início da legislatura, a legenda não possui secretaria e ficou de fora do acordo que definiu o rodízio na presidência da Câmara ao longo dos quatro anos. O cenário mais provável é que o vereador Luís Ruas assuma a pasta de Serviços Públicos, já que se trata de uma área com a qual tem afinidade.

Outro vereador que pode se transferir para o governo é Raul Fritsch (Republicanos). Helena acenou com a possibilidade de oferecer o Meio Ambiente ao Republicanos ainda no ano passado. Tanto Fritsch quanto Bruna Molz eram cotados para a função, mas Bruna preferiu assumir a presidência da Câmara neste ano.
Fritsch também cobiçava a presidência, mas cedeu internamente e agora deve retornar ao Meio Ambiente, pata que comandou em duas oportunidades no governo Telmo Kirst. Por ter sido a vereadora mais votada do município e ser a principal liderança do partido, a vontade de Bruna de permanecer no Legislativo acabou pesando mais. Atualmente, o Republicanos está à frente da Cultura.

Ao atrair vereadores para o governo, Helena também busca abrir espaço para outras lideranças na Câmara. Caso as nomeações de Ruas e Fritsch se confirmem, duas figuras bem conhecidas no meio político local vão assumir como titulares: Hilário da Silva (PSD) e Jeferson Redondo (Republicanos).
Outro vereador que foi sondado é Ilário Keller (PP). Ele, porém, recusou, conforme confirmou nessa sexta à Gazeta do Sul. Ilário alegou demandas particulares e que ainda está se recuperando do grave acidente de trânsito que sofreu no início de dezembro. A ideia era que ele assumisse a pasta de Agricultura.

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Os possíveis secretários

Luís Ruas (PSD)
Quem é: atualmente no terceiro mandato de vereador, é identificado com o Bairro Faxinal Menino Deus, onde foi presidente da associação de moradores por vários anos. Sua atuação na Câmara é fortemente pautada por questões relacionadas a zeladoria urbana.
Secretaria que pode assumir: Serviços Públicos

Raul Fritsch (Republicanos)
Quem é: está no primeiro mandato de vereador como titular, embora tenha assumido vaga na Câmara por alguns períodos em legislaturas anteriores. Foi duas vezes secretário de Meio Ambiente durante o governo Telmo Kirst.
Secretaria que pode assumir: Meio Ambiente

Fabiano Dupont (PSB)
Quem é: professor de Direito e atual presidente do PSB em Santa Cruz, foi candidato a prefeito em 2016 e a vice-prefeito em 2020. Sua nomeação depende de o PSB confirmar o ingresso na base governista.
Secretaria que pode assumir: Habitação

PSB decide sobre aliança no dia 25

Para a Secretaria de Habitação, o nome mais provável é o do presidente municipal do PSB, Fabiano Dupont, que foi candidato a vice-prefeito em 2020 na chapa de Alex Knak (MDB). Helena formalizou o convite ao PSB para ingressar na base pouco antes do Natal, e o diretório da sigla vai deliberar sobre o assunto no dia 25. A tendência é de que a aliança seja aprovada e, com isso, Fabiano se torne secretário.

Embora o PSB não tenha representação na Câmara, o aceno de Helena garante um apoio a mais no momento em que o MDB, que esteve alinhado com o governo na Câmara até setembro do ano passado, se aproxima do PL, que se tornou a principal força de oposição com a filiação da família Moraes em 2022.

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Se a aliança com com os socialistas for fechada, é bem provável que o partido esteja com o PP em 2024.
Helena, porém, terá que se esforçar para acomodar os interesses de todos os partidos. Alguns aliados, por exemplo, torcem o nariz para a iminente nomeação de um secretário do PSB. O entendimento é de que as legendas que vêm apoiando o governo desde o início deveriam ser priorizadas e não um partido recém-chegado. Já fontes do governo lembram que Helena se elegeu praticamente sozinha – na coligação vencedora estavam apenas o PP e o PL – e que todos os outros partidos entraram depois.

Ainda assim, siglas como PSDB e União Brasil também gostariam de ser contempladas com mais espaço no governo e, inclusive, condicionam a manutenção de seu apoio a isso. “Quem não ganhar secretaria agora, acho que estará fora da base em 2024”, declarou um integrante do grupo governista.

Se não mexer em outras secretarias, Helena contará com margem de manobra nos escalões mais baixos. Além das duas secretarias, a reforma instituiu oito cargos, incluindo duas subprefeituras. A prefeita também sinalizou que irá substituir alguns dos atuais diretores e chefes de divisão.

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