O verão, que começou aos 27 minutos da madrugada desta sexta-feira, 22, promete trazer dois extremos em 2024: grandes ondas de calor, com temperaturas acima da média para o período, e também acumulados expressivos de chuva, com alertas de inundações. Esse cenário é provocado pelo El Niño, que causa aquecimento das águas do Oceano Pacífico e altera significativamente o clima do Brasil. Além da qualidade de vida da população, o fenômeno costuma gerar prejuízos na agricultura.
Segundo o Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Rio Grande do Sul (Copaaergs), órgão ligado à Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, os próximos três meses devem ter uma redução progressiva dos efeitos do El Niño. A previsão indica chuvas irregulares, com tendência a ficarem próximas ou pouco acima da média do primeiro semestre do ano na maioria das regiões gaúchas. O modelo usado para as previsões é do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
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As regiões com tendência de precipitações acima da média são o Oeste e as áreas da fronteira com a Argentina e o Uruguai. Mesmo com o enfraquecimento, não estão descartadas tempestades, rajadas de vento forte e queda de granizo. Em janeiro e fevereiro, sobretudo a Metade Norte do Estado deve experimentar temperaturas acima da média para o período, situação que já vem ocorrendo desde a metade de 2023 no Rio Grande do Sul. Entre julho e novembro, a média observada nos termômetros ficou cerca de 1,5 grau acima da média histórica registrada entre 1991 e 2020.
Ainda no primeiro trimestre, o prognóstico é de que o ar quente e úmido deve ser constante e vai contribuir para condições de abafamento, a exemplo das vistas na semana passada. No mês de março, mais próximo ao término da estação, o órgão prevê o retorno das chuvas mais abrangentes e passagens de frentes frias, com tendência de redução nas temperaturas, principalmente na Região Sul.
Já a MetSul Meteorologia explica que, diferentemente do Centro-Oeste e do Sudeste, o Sul não tem os extremos anuais de calor modulados pela chuva. Nessas regiões, o inverno costuma ser seco e o verão chuvoso, enquanto na maior parte do Sul as precipitações são equilibradas. Nos três anos anteriores, sob efeito do La Niña (resfriamento das águas do pacífico), a estiagem foi favorecida. Agora, sob o El Niño, o verão será mais úmido e chuvoso. “O que vai significar um maior número de dias abafados, com noites mais quentes e maior frequência de tempestades de verão”, avalia a empresa.
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Além de pessoas e animais, a agricultura sofre com o calorão e a umidade. De acordo com Vilson Pitton, técnico agrícola da Emater/RS-Ascar, as temperaturas acima da média impactam o desenvolvimento vegetativo das culturas. Segundo ele, com marcas acima dos 32 graus as plantas já começam a diminuir o metabolismo, e esse processo se intensifica conforme o termômetro sobe. “Com mais umidade aliada ao calor, isso pode aumentar também a incidência de doenças fúngicas”, enfatiza.
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Já as precipitações ajudam a manter o volume dos açudes e a infiltração de água no solo. Com o tempo seco nos últimos dez dias, os agricultores puderam concluir o plantio do arroz no Vale do Rio Pardo e avançar com a semeadura da soja, que sofreu atrasos em função dos volumes de chuva que impossibilitaram a entrada de máquinas nas lavouras.
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Já as hortaliças, com destaque para as folhosas, são especialmente sensíveis tanto às altas temperaturas como à umidade elevada. Ainda assim, segundo o presidente da Associação Santa-Cruzense de Feirantes (Assafe), Carlos Waechter, não há registro de quebra na produção ou perda de qualidade. “Por enquanto não percebemos, visto que a maioria dos feirantes possui estruturas adequadas para se prevenir dessas intempéries.”
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