Mais do que nunca, é uma pergunta difícil de responder. “Faça sempre a mesma coisa para chegar sempre aos mesmos resultados”, reza um ditado da moda. Motivadores, palestrantes, coachs e filósofos – com ou sem formação profissional – empregam à exaustão essa frase para inspirar as pessoas desanimadas que buscam dinheiro, felicidade e fama instantâneos. Querem provocar mudanças radicais de comportamento.
Mudar é difícil porque exige, acima de tudo, muita disciplina. Exige, também, muita força de vontade. O mundo sempre espera a mesma postura de todos nós, em todas as circunstâncias. Basta sair um centímetro do que é convencionado “normal” para que imediatamente rótulos sejam apostos ao nome daquele que ousou “sair do livrinho”.
A maioria das pessoas passa décadas – ou a vida inteira – frustrada e deprimida. Passa o tempo ocioso a rabiscar planos, roteiros de viagens e idealizando mudanças para romper o cotidiano baixo astral. Sabemos as causas, conhecemos nossos inimigos íntimos, fantasmas, ameaças e os responsáveis, mas tudo fica apenas no papel.
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Sair da zona do conforto requer mais que coragem. Exige planejamento, embora alguns defendam que os rompantes de raiva e indignação sejam gatilhos fundamentais para deflagrar rompimentos com a rotina depressiva. Admiro quem consegue sair de um bom, porém frustrante emprego. Aplaudo quem teve coragem de romper uma relação desgastada na busca de paz, mesmo que sozinho. Invejo aqueles que, cansados das amizades interesseiras, fazem uma DR com esses falsos parceiros, pródigos em pedir atenção, carinho e apoio, sem contrapartida.
Muita gente mudou nestes 20 meses de pandemia por absoluta obrigação, resultado do “fecha tudo, fica em casa” que, no RS, não impediu milhares de óbitos e ampliou o desemprego. Milhões ficaram distantes de familiares, amigos e afetos, aprofundaram o fosso entre o cotidiano de solidão e o sonho de mudanças para ser minimamente feliz.
Buscar a felicidade significa “ser anormal”? O “normal” seria conformar-se, achar que a vida é assim mesmo? A radicalização que marca o comportamento em nosso país só fez aumentar a intolerância com aqueles que se reinventam, mudam hábitos, alteram comportamentos, buscam mudanças que poucos experimentam.
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Afinal, o que é ser normal?
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