Hoje em dia escuta-se falar muito sobre representatividade e sua importância dentro do contexto social em prol da formação de caracteres de indivíduos, sendo este contexto, o ato de ser representado ou de se sentir identificado dentro da sociedade, utilizando-se de exemplos de pessoas exibidas pela mídia como inspiração dentro do âmbito social, profissional e pessoal.
Historicamente diversos grupos sofreram e ainda sofrem medidas associados a fatos opressores, seja social, econômico, político ou cultural. Grupos estes que não se associam a padrões preestabelecidos pela sociedade, como por exemplo a população negra, a sociedade LGBT ou até mesmo pessoas que estão acima do peso, sendo excluídos por grupos dominantes.
Estes grupos qualificados como dominantes acabam sendo seguidos como “padrões de seres humano”, ficando em maior evidência dentro da sociedade normativa, sendo eles homens, pessoas de cor branca e heterossexuais. Este estereótipo é altamente representados em campanhas publicitarias, filmes, novelas ou até mesmo em desenhos infantis e literatura, sendo vendidos como um padrão a ser atingido, fortalecendo a ideia do representante máximo da humanidade, implicando sutilmente no descarte de grupos que não pertencem a este contexto, os classificando como menos importantes.
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Com uma grande ausência de seres representantes destes grupos taxados como minoria na mídia, os indivíduos pertencentes a eles não conseguem desenvolver uma construção de autoestima e empoderamento. Em 2012 na Universidade de Michigan foi aplicado uma pesquisa com cerca de 400 estudantes de 7 a 12 anos, sendo eles negros e brancos, abordando uma estimativa de o quão a televisão seria propícia na autoestima de uma criança, chegando a conclusão pavorosa de que assistir televisão aumenta a autoestima de crianças brancas ao mesmo tempo que diminui a de crianças negras. Reflexo que demonstra e identifica a inexistência destes grupos frequentes nas telas, sem contar que quando representados, possuem estereótipos negativos.
Estas representações insuficientes ou negativas acabam desenvolvendo um estereótipo com relação a grupos, como por exemplo que mulheres não pode ser fortes, pois sempre foram ligado a identidades delicadas e frágeis, sendo representadas como princesas que são salvas pelos seus príncipes no alto da torre ou que gordos são pessoas totalmente compulsivas por comidas, que só sabem comer o dia todo e não se exercitam, e que por diversas vezes acaba sendo o mais simpático e bom astral do grupo pois é gordo.
Também temos os gays representados em novelas, sendo totalmente afeminado e ocultando um amor platônicos com algum hétero. Este tipo de representatividade acabam criando estereótipos falsos, propagando uma ideia que objetifica e inferioriza estes indivíduos.
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E ser representado na mídia de maneira que qualifique somente o indivíduo sem estereótipos com relação ao seu gênero, cor, religião, orientação sexual, entre outros, é algo empoderador que beneficia a existência e proporciona o indivíduo a vontade de almejar algo maior por haver esta identificação de personagem em sua existência. A atriz americana Whooper Goldberg em uma entrevista classifica de forma sutil esta real importância: “Quando eu tinha nove anos de idade, Star Trek apareceu.
Olhei para aquilo e saí gritando pela casa. ‘Vem aqui, mãe, todo mundo, vem rápido, rápido, tem uma moça negra na televisão e ela não é uma empregada!’. Eu soube bem ali que podia ser qualquer coisa que eu quisesse”.
Sentir-se refletido; encarnado de uma forma real dentro do contexto na mídia e entretenimento é algo a contribuir não somente para a autoestima das pessoas, mas sim para que elas sejam capazes de criar sonhos e possibilidades, entendendo que pertencem a coletividade e fazem parte dela. Utilizando deste poder da representatividade como uma função social e humana, proporcionando voz a todos indivíduos e grupos presentes dentro do corpo social, fazendo com que tenham potencial de identificação em revistas, novelas, filmes e desenhos. Sendo assim, um primeiro passo para mudanças de caráter social dentro de um indivíduo e consequentemente dentro de uma sociedade.
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Felipe Dias está à frente do Blog Feh Dias e fala sobre Arquitetura, Interiores, Lifestyle e Estilo.
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