Quem está acompanhando as competições das Olimpíadas de Tóquio já deve ter percebido que os atletas da Rússia não aparecem com a bandeira do país, que também não é exibida no quadro de medalhas. O hino russo também não é tocado. No lugar, ouvimos o Concerto para Piano nº 1, de Tchaikovsky. Mas, porque esse tratamento diferente dado aos russos nesta Olimpíada?
Na verdade, quem compete nos Jogos Olímpicos não é exatamente a delegação russa e sim atletas “neutros”. São 335 esportistas que integram o Russian Olympic Committee, daí a sigla ROC, vista nos uniformes. O Comitê Olímpico Russo foi a alternativa que os atletas encontraram para participar dos jogos, depois que a Rússia foi banida de competições internacionais devido a um grande escândalo de doping.
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Em 2019, a Agência Mundial Antidoping (Wada, em inglês), depois de investigar denúncias de doping e alteração de resultados para encobrir os casos, decidiu pela condenação da Rússia, suspendendo o país de competições internacionais por quatro anos. Após várias apelações, a Corte Arbitral do Esporte reduziu a pena para dois anos. Ou seja, até 2022 não haverá equipe representando oficialmente a Rússia em qualquer competição.
Os atletas da ROC podem competir porque nunca foram acusados de doping, por isso estão nos Jogos de Tóquio. E continuam fazendo da Rússia, com ou sem bandeira e hino, uma potência. Em doze dias de competição o Comitê Olímpico Russo ocupa a quinta posição no quadro de medalhas e subiu ao pódio 52 vezes. Destas, 13 para ocupar a mais alta posição, ao som de Tchaikovsky.
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