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VALE DO RIO PARDO

O que dizem as autoridades sobre a RSC-153 e a RSC-471

Foto: Alencar da Rosa

Recuperação das rodovias requer investimentos públicos imediatos

Kelly Moraes – deputada estadual  

“Não tenho dúvidas da importância da rodovia para a nossa região. Boa parte do que produzimos, principalmente o tabaco, é escoado por ela até o porto marítimo de Rio Grande. Mas a questão vai além do setor econômico; o cidadão comum, que paga impostos e utiliza as rodovias, precisa de melhores condições de tráfego e de segurança.

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Estou ciente das dificuldades que temos. Infelizmente, são problemas históricos, que somente se agravaram após as enchentes que atingiram o Estado. Na Assembleia Legislativa, aprovamos a criação do Plano Rio Grande, que apresenta um investimento de no mínimo R$ 3 bilhões para a reconstrução de cerca de 8 mil quilômetros de rodovias pavimentadas e não pavimentadas que foram afetadas de alguma forma, o que inclui a RSC-153 e a RSC-471.”

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Airton Artus – deputado estadual

“Há uma grande preocupação com as estradas do Rio Grande do Sul e nós, particularmente, nos preocupamos com as do Vale do Rio Pardo. Em relação à RSC-471, fizemos várias cobranças junto ao governo do Estado e esses pedidos foram atendidos. Começou um processo de recuperação da estrada, uma restauração, um tapa-buracos, e eu acredito que o resultado será positivo.

Não posso dizer o mesmo da RSC-153. Fiz uma cobrança forte com o secretário Juvir Costella. Ele disse que a Conpasul não está em condições de impor um ritmo para que a recuperação aconteça com mais rapidez. Não fiquei satisfeito com essa resposta. Questionei se, por causa do decreto de calamidade no Estado, não se poderia fazer um distrato ou uma mudança nesse contrato para que outra empresa viesse ajudar na recuperação. Da forma como está, não pode continuar. Vamos continuar pressionando o governo para que alguma atitude aconteça.”

Edivilson Brum – deputado estadual

“Em relação à RSC-153, articulei há dois meses uma reunião e o diretor-presidente da Conpasul se comprometeu em atender à demanda. Infelizmente, temos notado que a empresa não consegue atender todos os contratos que tem para com o Estado. Acredito que o Daer vai chegar a um momento em que talvez terá que fazer a transferência de contrato, pois não podemos mais esperar.

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Ao que parece, o Estado tem a boa vontade, tem o recurso, mas a empresa não está dando conta. O mesmo acontece com a RSC-471. Estive há poucos dias em Brasília e participei de uma reunião com o ministro de Transportes, Renan Filho. Falamos da 471, onde ela é RSC, e discutimos a possibilidade de federalizar essa estrada. Ele explicou que é uma questão complexa, mas acredito que toda a região deva se unir no sentido até da implantação de um pedágio, não fixo, pelo menos um que atenda a estrada. A rodovia praticamente precisa ser refeita de tantos buracos que tem, ou receber um investimento federal.”

Adão R. Santos Camargo – prefeito de Barros Cassal

“Faz tempo que a RSC-153 está assim, e esses problemas vêm se alastrando devido à última enchente. Precisa-se de um olhar especial do governador. A gente vê que tem morrido muitas pessoas e amigos nossos nessa estrada, que está sem sinalização adequada, com buracos para todo lado. Outro problema é que não há fiscalização de peso das carretas.

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A situação da 153 é bem delicada; já batalhamos, falamos com secretários e com o Daer. Nós, municípios, não conseguimos nem atender as nossas estradas do interior por causa da enchente. Agora, temos que cuidar da estrada do Daer, que é do Estado? Eles têm mais recursos do que nós para fazer.”

Nazário Rubi Kuentzer – prefeito de Herveiras

“São muitos os problemas, como buracos enormes, na RSC-153. Tivemos uma reunião com o diretor do Daer e o presidente da Assembleia Legislativa, Adolfo José Brito. A mobilização existe, mas ainda não está sendo dada a atenção de que necessitamos para que a rodovia dê um transporte tranquilo ao corredor da exportação. Tenho apelado ao Daer quanto à sinalização da rodovia em direção a Vale do Sol.

Não dá para admitir o tamanho do problema que está. Motoristas que vêm de Santa Catarina e Paraná não sabem da dimensão da descida e morrem ali por não haver sinalização. O governo tem abandonado a rodovia. Um exemplo foi durante a enchente. Se não fossem as prefeituras a remover a terra do deslizamento, a via ainda estaria bloqueada. Inclusive, ainda tem terra em um trecho. O Estado não fez o mínimo, que era tirar aquele material.”

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Maiquel Silva – prefeito de Vale do Sol

“O acompanhamento da RSC -153 está sendo muito próximo. Vários encaminhamentos foram feitos, tanto pelo município de Vale do Sol quanto pelo grupo atuante Avante 153 e pela Amvarp. A cobrança por melhorias de sinalização, recuperação nos trechos em precárias condições e nas roçadas tem sido feita de forma constante. No momento, não temos resultado efetivo por parte do Daer.

No 42° Congresso da Famurs, em Porto Alegre, falou-se sobre a preocupação com a falta de atenção do governo do Estado e Daer na recuperação da 153, mas também sobre a quantidade absurda de acidentes, ocasionando perdas de vidas nesse trecho.

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Quando houve o desmoronamento entre o trecho de Vale do Sol a Herveiras, os municípios colocaram maquinário para desobstruir a 153. A mobilização existe constantemente, o que não se tem é execução efetiva por parte do Daer e do governo para dar a devida atenção a esse trecho, que, ao invés de ser uma rodovia de escoamento de produção, está se tornando uma via da tragédia.”

José Marcelo Laufer – prefeito de Gramado Xavier

“A RSC-153 está em péssimas condições. Em alguns pontos há água escorrendo sobre a pista, pois teve deslizamento nas laterais, e isso está danificando o asfalto. O atual estado da rodovia não afeta só a gente, mas todos que por ela passam. Estamos pedindo melhorias junto ao Daer. Não é algo de agora, mas sim de muitos anos. Outro problema é a falta de sinalização viária. Enquanto continuar assim, a rodovia vai continuar a acumular prejuízos e acidentes, prejudicando o escoamento da produção de grãos.”

Alcides Emílio Paganotto – prefeito de Pantano Grande

“A RSC-471 é uma rodovia muito importante no nosso município, que faz cruzamento com a BR-290, o que facilita o escoamento da produção para o porto de Rio Grande. Além disso, toda a produção da região Norte do Estado passa por aqui. Estamos em um ponto em que há muitos acidentes, alguns com mortes, por termos uma alta trafegabilidade na rodovia.

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Somos uma região agropastoril, por isso, usamos a rodovia para tudo. Recentemente, o escoamento de argila também teve aumento, pois passamos a vender para países europeus. Toda essa produção passa pela 471. E as cobranças junto ao Daer são constantes. Ao mesmo tempo em que a estrada vive o progresso, ela é tomada pela tragédia. Inclusive, tem trechos que nossa Prefeitura está consertando para amenizar os problemas. Apesar das dificuldades, há empresas se instalando às margens da rodovia, com investimentos que superam os R$ 10 milhões.”

​​Heitor Álvaro Petry – presidente do Corede-VRP

“Em relação à RSC-471 e à RSC-153, que já foram desenhadas como parte estratégica da estrutura logística do Estado, ligada principalmente à exportação de grãos, elas têm cumprido essa função. O que percebemos é que são estradas com trechos, de tempos em tempos, que oferecem grandes dificuldades para o trânsito.

Em alguns períodos, é quase inviável trafegar pelo grande volume de buracos, principalmente quando chove. Essas estruturas criam dificuldades para o transporte, e toda vez que isso ocorre a economia é atingida, impactando de forma negativa.

Sempre vemos isso com grande preocupação e acompanhamos dentro daquilo que é de nossa competência. Nesse aspecto, o Daer precisaria intensificar as manutenções nesse eixo pelo volume de prejuízos que vem ocorrendo.”

João Pedro Heck – ACI Santa Cruz do Sul

“As rodovias RSC-153 e RSC-471 se encontram péssimas para trafegabilidade, situação que se agravou especialmente depois das intempéries climáticas. Buracos enormes afetam especialmente os pneus e a suspensão dos caminhões. A 153 é um importante corredor de escoamento de grãos destinado ao porto de Rio Grande, que depois segue pela 471, principal rota de toda a produção de tabaco destinada ao exterior, entre outras commodities.

Além das precárias condições, existem poucos pontos de apoio ao longo do trajeto. Centenas de caminhões diariamente cruzam essas rodovias, necessitando parar ao longo dos acostamentos para cumprir as paradas obrigatórias de descanso exigidas pela Lei do Motorista.

No ano passado, tivemos roubos de cargas na RSC- 471, o que não acontecia há mais de 25 anos. Isso remete à segurança dessas rodovias, cujos pontos de controle dos órgãos de segurança estão em posições muito distantes e isoladas. No sentido de buscar soluções efetivas junto aos órgãos competentes, está sendo recriada a Comissão de Transporte de Contêineres do Setcergs. Necessitamos de soluções urgentes e duradouras.”

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Benito Paschoal – prefeito de Encruzilhada do sul

“A  RSC-471 tem um importância vital para o escoamento da produção e é o único acesso para nossa cidade. Apesar de sua importância, a estrada está esburacada e apresenta uma situação bem difícil para os motoristas. Isso vem de anos, sempre sofrendo com o risco de acidentes e estragos.

Viajar à noite ou com chuva nesse trecho é um perigo. O fluxo é intenso de carretas em direção ao porto de Rio Grande ou de outros veículos a Porto Alegre. O Daer faz medidas paliativas, mas não consegue consertar de forma definitiva os problemas.”

Antônio Vieira – presidente da comissão Avante 153

“Tivemos reuniões sobre o assunto, e sempre nos foi prometido que seriam empenhados serviços de tapa-buracos e outros reparos, mas nada aconteceu. Nada do que solicitamos é atendido. Por isso, não sabemos mais o que fazer em relação à RSC-153. Outra situação é que ainda há trechos com deslizamento de terra não removida pelo Daer. Enquanto nada é feito, ficamos apenas com as promessas.”

Carlos Bohn – presidente da Amvarp

“A associação acompanha o assunto e vamos incluir novamente na pauta da próxima assembleia da Amvarp, que será realizada na próxima quarta-feira com os prefeitos da região. Vamos fazer um movimento em prol dessas duas rodovias tão importantes para a economia. Com isso, queremos levar o assunto ao governo do Estado para discutir soluções.”

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Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer)

Em contato com o Daer para esclarecer quais os planos futuros para a RSC-153 e a RSC-471, foram enviadas à assessoria de imprensa da autarquia as seguintes perguntas: o Daer tem essas duas rodovias como prioritárias em algum orçamento para manutenção e conservação? Há alguma obra prevista? Por ano, qual o valor investido nessas rodovias? E como o órgão analisa a RSC-153 e a RSC-471? 


Em resposta, o Daer limitou-se a informar o seguinte: “As rodovias RSC-153 e RSC-471 são consideradas as mais importantes do Vale do Rio Pardo. Na RSC-153, deverá continuar o serviço de fresagem e recapeamento nos segmentos críticos. Já para a RSC-471, o Daer continuará realizando operações periódicas de serviços de tapa-buracos, para melhorar as condições de trafegabilidade e segurança.” A Secretaria de Logística e Transportes também foi procurada, mas não houve até o fechamento desta edição.

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