Pegou de surpresa a comunidade política de Santa Cruz do Sul nesta quarta-feira, 6, a troca na Secretaria Municipal de Educação. Após um ano e meio, João Miguel Wenzel deixou o cargo alegando motivos pessoais. Ele será substituído interinamente pelo advogado e professor universitário Wagner Machado, que é presidente do PDT.
A saída foi comunicada pouco antes das 17 horas pelo Executivo por meio de uma nota. “Nosso agradecimento à contribuição do secretário Wenzel, que em nossa gestão trabalhou para qualificar o ensino no Município. Neste período de transição, Machado deve dar continuidade às ações da área”, disse no texto a prefeita Helena Hermany (Progressistas).
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Procurado pelo Portal Gaz, Wenzel se disse satisfeito com o trabalho realizado, falou em “fim de um ciclo” e manifestou gratidão a Helena, ao vice Elstor Desbessell (Progressistas) e a todas as pessoas com quem trabalhou. Questionado sobre o que teria motivado a decisão, mencionou “algum desconforto” com “questões internas”, mas não quis entrar em detalhes. “Isso são coisas que a gente absorve. Fica um legado de coisas muito positivas. Minha gratidão e carinho pela prefeita é maior do que qualquer outra questão”, alegou.
A gestão foi marcada, dentre outros, pela implantação do uniforme escolar na rede municipal, investimentos em tecnologia para as escolas e avanços na ampliação da oferta de vagas na educação infantil.
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Professor da rede estadual, Wenzel também alegou desejo de voltar a trabalhar em escola antes de se aposentar, o que deve acontecer no ano que vem. Nesta quinta-feira, 7, ele já deve se reunir com a 6ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE). Sobre o futuro político, disse que pretende permanecer no PDT e que não acredita em qualquer mudança na relação da sigla com a gestão Helena.
Segundo apurou a Gazeta do Sul, o movimento de Wenzel surpreendeu até o Palacinho. Nos últimos dias, ele encaminhou mensagens a Helena alegando vontade de sair mas sem alegar uma razão específica. Fontes do governo, porém, acreditam que a demissão de uma assessora próxima a Wenzel no início deste ano pode ter influenciado a decisão. Nos últimos meses, a ex-assessora vem fazendo críticas ao governo em redes sociais – o que se repetiu há poucos dias, após a aprovação do financiamento de R$ 200 milhões.
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Essa foi a segunda passagem de João Miguel pela Educação. Ele foi o primeiro a comandar a pasta no governo Telmo Kirst – à época, era filiado ao PSDB. Antes de deixar o governo após um desentendimento público com o prefeito, passou também pela Secretaria do Meio Ambiente. Na eleição de 2020, ficou como primeiro suplente da bancada do PDT, sigla à qual chegou após uma passagem pelo PTB em que chegou a concorrer a vice-prefeito de Sérgio Moraes em 2016.
A tendência é que a saída de Wenzel não tenha maiores repercussões políticas. Embora integrantes do alto escalão do governo aleguem não terem compreendido a decisão, a prefeita Helena Hermany não tem interesse em romper com o PDT, que vem sendo um aliado fiel na Câmara de Vereadores. Nos bastidores, Helena alega ter gratidão ao vereador Bruno Faller, que costuma defender o governo nos debates no plenário. Outro fator é a ligação histórica do PDT com a pauta da educação.
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Questionada por WhatsApp se o PDT permaneceria à frente da pasta, Helena respondeu positivamente. Tudo indica que ela irá chamar o partido nos próximos dias para pedir que apresente um nome definitivo para o cargo. Não está descartado que o próprio Wagner Machado permaneça. Ele já ocupava um cargo de coordenador na secretaria.
Também procurado, Machado afastou qualquer possibilidade de rompimento com o governo e disse que o partido “segue bem alinhado” com o Executivo. “Nem era da vontade da prefeita (a saída de Wenzel). Foi uma decisão pessoal. Mas o fato de ela querer manter o partido à frente da secretaria mostra que há um respeito recíproco”, alegou.
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Esta é somente a segunda baixa no primeiro escalão desde o início do governo Helena. Em julho do ano passado, Fábio Eduardo da Silva deixou a antiga Secretaria Municipal de Comunicação.
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