Ainda que longe da visão e do toque físico, o ar é imprescindível para a sobrevivência dos seres vivos na terra. Composto por uma mistura gasosa que forma a atmosfera terrestre, essa substância permite que seres que realizam a respiração aeróbica sobrevivam no meio. Além disso, promove a sensação agradável de frescor em dias de calor, distribui chuvas em vários locais, realiza a dispersão de sementes no meio rural e outros benefícios. Portanto, é fundamental para os seres vivos que o ar seja o mais puro possível.

Conforme Adriane Rodriguez, professora e coordenadora dos cursos de Engenharia Agrícola, Engenharia Ambiental e Engenharia Química da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), o ar puro é aquele que não tem presença de contaminantes. “Os principais poluentes atmosféricos são classificados de acordo com o seu estado. Em primeiro lugar, partículas sólidas ou líquidas; depois vêm os gases e vapores, e também quanto a sua composição química (poluentes orgânicos ou inorgânicos)”, explica.

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A primeira forma de obter o ar limpo é evitar a geração dos poluentes. “Por exemplo, através da proposição de modificações nos processos ou na alteração de matérias-primas e na manutenção dos equipamentos”, reitera. Outra forma de conseguir, segundo Adriane, é a utilização de equipamentos especialmente projetados para esse fim, como filtros, lavadores, absorvedores, incineradores e precipitadores. “São usados para o caso de salas especiais, espaços confinados, onde existem tecnologias apropriadas para a remoção de material particulado, e desinfecção do ar.”

Durante a pandemia de Covid-19, por exemplo, a paralisação das atividades presenciais ajudou a diminuir a poluição do ar. Enquanto a maior parte da população se isolou para evitar a contaminação do vírus, a qualidade do ar apresentou melhoras significativas. Em 2020, de acordo com um levantamento do Projeto Carbono Global, organizado pelas Nações Unidas, a emissão de dióxido de carbono diminuiu 7% mundialmente, a maior queda já registrada.

As consequências do ar poluído

Além de ser responsável por uma série de doenças devido à inalação do material particulado, o ar poluído pode causar a chuva ácida, que resulta em corrosão de equipamentos e degradação de plantas, como explica Adriane. “Essas partículas, em especial aquelas muito finas, chamadas de PM 2.5, menores do que 2,5 mícrons de diâmetro, podem penetrar nos pulmões e serem encontradas na corrente sanguínea, causando problemas pulmonares e cardiovasculares gravíssimos”, alerta a docente.

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Monitoramento

Existe uma série de métodos e técnicas de avaliação da qualidade do ar e um grupo de normas que auxiliam para que o controle seja realizado, conforme Adriane. “As resoluções estabelecem padrões de qualidade, e definem formas de amostragem e métodos de monitoramento para diversos parâmetros”, esclarece.

Entre os equipamentos que são utilizados para essa avaliação está o Amostrador de Grandes Volumes (AGV), que mede o nível de partículas totais em suspensão. A professora cita ferramentas complementares. “Existem outros, que são capazes de identificar qual o poluente e qual a sua concentração, através da utilização de sensores previamente calibrados ou que permitem a quantificação posterior.”

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Urbano e rural

Zonas urbanas com maior número de habitantes normalmente apresentam poluição atmosférica. No entanto, de acordo com Adriane, não se pode afirmar que no meio rural não há impurezas. “O material particulado também pode estar vinculado a algumas operações de preparo da terra para o plantio, por exemplo.” Praticamente não há regiões com ar limpo no planeta, uma vez que a movimentação das correntes de ar é capaz de deslocar material particulado.

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