Santa Cruz do Sul

O que câmeras revelaram sobre a fauna no Cinturão Verde

O corredor ecológico que margeia Santa Cruz do Sul, denominado de Cinturão Verde, está sendo monitorado por câmeras de um grupo de pesquisadores da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). A informação foi confirmada pelo doutorando em Tecnologia Ambiental Patrik Gustavo Wiesel, que junto de Bruno Deprá e do mestrando Marcos Henrique Schroeder, integra o grupo de pesquisa em Limnologia. Orientado pelo professor Eduardo Lobo, Schroeder é o principal pesquisador do projeto.

Em entrevista ao programa Estúdio Interativo da Rádio Gazeta 107,9 FM, Patrik disse que cinco câmeras com sensores de movimento foram distribuídas ao longo do Cinturão, buscando contemplar as áreas de maior interesse ecológico com influência antrópica. Porém, duas foram furtadas. “Esse é o problema de estudar ecologia dentro de uma área urbana”, afirmou. Apesar do contratempo, o pesquisador disse que foi possível identificar 15 espécies de animais ameaçadas de extinção, entre elas paca, quati e bugio.

LEIA TAMBÉM: Preservação aliada ao desenvolvimento: veja os planos da nova titular do Meio Ambiente

Publicidade

Além disso, os dispositivos flagraram mamíferos, aves, répteis, filhotes e animais domésticos como gatos e cachorros. “Deixamos as câmeras nas árvores mais ou menos por um mês, depois retornamos para pegar”, explicou.

Patrik e Marcos Henrique integram o grupo que realiza pesquisa dentro do Cinturão Verde | Foto: Alencar da Rosa

Patrik contou que o objetivo da pesquisa é identificar os vários grupos da fauna que ocorrem na área e as diferentes interações e comportamentos, além de entender como a fauna está utilizando a uva-do-japão em sua dieta e os mecanismos de dispersão da invasora na área. 

LEIA TAMBÉM: “Nós somos o Cinturão Verde. O que acontecer com ele vai acontecer conosco”, diz Wenzel no lançamento de movimento

Publicidade

Segundo ele, o resultado foi positivo, já que foram encontrados animais sadios e que vivem em equilíbrio no ambiente. “Encontramos também algumas espécies que ainda não estavam registradas no município”, disse. O estudo também buscou entender como a fauna e a flora se comportam próximo das pessoas.

Patrik relatou um fato curioso: um dos equipamentos furtados estava em uma área remota do Cinturão. “Por isso, acreditamos que possa existir algo relacionado à caça.”

Um dos equipamentos captou a imagem de um graxaim do mato no Cinturão Verde | Foto: Divulgação

LEIA TAMBÉM: FOTOS: calor excessivo fez extremosas florescerem mais cedo

Publicidade

Serviços ecossistêmicos

O Cinturão Verde começa às margens da RSC-287 e se estende até o fim do Bairro Arroio Grande. A floresta urbana é formada por 155 espécies diferentes e 12 exóticas e tem ainda cerca de 300 espécies de animais, entre aves, mamíferos, répteis e anfíbios. Inclusive, na área, é possível encontrar árvores que frutificam nas diferentes estações do ano. Muitas pessoas desconhecem, mas o Cinturão oferece diversos serviços ecossistêmicos para Santa Cruz. Durante a entrevista com Ronaldo Falkenback, Patrik Gustavo Wiesel citou alguns deles. 

O primeiro é a formação de um extenso corredor ecológico que possibilita o fluxo de fauna, sementes e plantas, que também auxiliam em sua manutenção. O estudo mostrou ainda que a floresta ajuda a reduzir a temperatura na cidade. Em caso de remoção do Cinturão, o aumento poderia ser de 2 a 4 graus no centro de Santa Cruz. “Ele funciona como um grande ar-condicionado que libera umidade na atmosfera, o que ajuda a manter a temperatura regulada”, explicou. Ademais, o corredor ecológico oferece um serviço paisagístico e de identidade ao município.

Marcos Schroeder exibe a câmera que reproduz as imagens dos animais em meio à floresta | Foto: Alencar da Rosa

LEIA MAIS NOTÍCIAS DE SANTA CRUZ DO SUL

Publicidade

Chegou a newsletter do Gaz! 🤩 Tudo que você precisa saber direto no seu e-mail. Conteúdo exclusivo e confiável sobre Santa Cruz e região. É gratuito. Inscreva-se agora no link » cutt.ly/newsletter-do-Gaz 💙

Lavignea Witt

Me chamo Lavignea Witt, tenho 25 anos e sou natural de Santiago, mas moro atualmente em Santa Cruz do Sul. Sou jornalista formada pela Universidade Franciscana (UFN), pós-graduada em Jornalismo Digital e repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações.

Share
Published by
Lavignea Witt

This website uses cookies.