Em pleno 20 de setembro (de 1959), o Dia do Gaúcho, nasceu em Venâncio Aires Wanderley Luiz Wildner, que, sob o nome artístico de Wander Wildner, marcaria a história da música brasileira, como expoente da vertente do punk rock. Além de sua obra autoral, integrou a banda Os Replicantes, entre 1984 e 2006. Mais recentemente, durante o período da pandemia, dedicou-se a um projeto pessoal, que resultou no livro Aventuras de um PunkBrega.
A partir deste sábado, 14 de outubro, o conteúdo desse livro passa a estar disponível no YouTube. Com a voz do próprio Wander Wildner. Às 21 horas de sábado, ele iniciou a série de leituras de capítulos de Aventuras de um PunkBrega, que já está em segunda edição impressa, em seu próprio canal nessa plataforma. Ele pretende publicar a leitura de um capítulo por dia, em forma de vídeo.
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Essa obra, a primeira experiência de Wander com a literatura, foi lançada em 2021, através de financiamento coletivo. No ano anterior, o cantor se via às voltas, a exemplo de todos, com o isolamento social motivado pela pandemia de Covid-19. Sem os shows e sem turnê, mergulhou, em casa, em um processo de introspecção que o levou a escrever. E desse modo começou o projeto de seu primeiro livro.
O exercício da escrita o fez perceber que durante sua trajetória havia passado por situações marcantes, que poderiam vir a interessar a outras pessoas, talvez amigos, mas principalmente os aficionados por música. Desse modo surgiu a ideia de escrever um volume juntando essas histórias. Wander resolveu se isolar ainda mais e foi viver em uma pequena praia no litoral sul da Paraíba para escrever.
Impressa em capa dura, com ilustrações de Allan Sieber e apresentação de Eduardo Peninha Bueno, a requintada edição foi consumida por esfomeados fãs e esgotou-se rapidamente, seis meses depois do lançamento, o que motivou uma segunda edição.
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Wander Wildner explica que escrever foi um processo incrível, e que durante esse tempo pôde se sentir muito mais próximo dos mestres que o fizeram absorver a arte da literatura. Seu pai trabalhava no Correio do Povo, em Porto Alegre, e a leitura era um exercício diário.
Foi nesse jornal que ele tomou contato com a poesia de Mario Quintana. Aos 9 anos, quando ganhou um livro pela primeira vez, o clássico A ilha do tesouro, de Robert Louis Stevenson, Wander se encantou com aquelas histórias de piratas navegando pelos sete mares.
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Depois vieram a ficção científica e a visão de mundos futuros criada por Philip K. Dick, as narrativas sujas e escrachadas da vida mundana contada de forma explícita por Charles Bukowski, bem como a técnica e a criatividade elaborada nos contos e romances de Paul Auster, isso só para citar alguns dos escritores que ajudaram Wander nessa viagem da busca de si mesmo através da escrita.
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Hoje, no universo da arte, Wander Wildner é tido como um verbete obrigatório da enciclopédia virtual do rock no Brasil, desde que era cantor dos Replicantes, nos anos 80. Iniciou sua carreira solo em 1995 e logo depois lançou seu primeiro álbum, Baladas Sangrentas, gravado pelo amigo e lendário produtor Tom Capone.
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Desde então, já brindou seus fãs com mais 12 discos e tem canções que já se tornaram clássicos da música popular, como Bebendo Vinho, regravada pela banda IRA!; Eu não Consigo ser Alegre o Tempo Inteiro, regravada pela cantora Lilian; e Eu Tenho uma Camiseta Escrita Eu Te Amo, regravada pela dupla Osvaldir & Carlos Magrão.
Em 2020, o cantor se deparou com os obstáculos criados para todo o mundo artístico pela pandemia. Em meio às restrições a eventos e atividades sociais, viu-se impossibilitado de fazer shows ao vivo e de rodar o mundo com sua turnê. Foi preciso ficar em casa, de quarentena, e descobrir novas coisas para fazer, novas formas de se expressar, diante do fato de que a mente de um criador é como um vulcão em erupção, é inquieta por natureza. Nesse contexto é que ele começou um processo de introspecção que o levou a escrever, e acabou por inaugurar sua caminhada na literatura.
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AVENTURAS DE UM PUNKBREGA, de Wander Wildner. Porto Alegre: edição do autor, 2021. 162 páginas. R$ 59,00.
“Em 1983, quando eu estava no Recife, trabalhando como técnico de luz na tour de Alceu Valença, liguei pra minha amiga Luciana Tomasi, em Porto Alegre, e ela disse que o Carlos Gerbase, o Heron Heinz e o Cláudio Heinz estavam pensando em comprar instrumentos e formar uma banda. Achei a ideia genial. Eles eram fãs de punkrock e tinham descoberto que uma das bandas de que mais gostavam, os Sex Pistols, começaram o grupo sem saber tocar nenhum instrumento. (…) Essa era a máxima da época: Faça você mesmo! Dias depois, quando cheguei em Salvador, liguei de novo pra Luciana e ela disse que eles já tinham comprado os instrumentos e estavam tocando na garagem, e me convidou pra entrar na banda. Eu disse, brincando, que ia entrar sim.”
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