Em uma sala repleta de brinquedos pedagógicos e materiais esportivos, o instrutor sugere que o garoto Guilherme de Andrade, de 9 anos, deixe a bola de lado por alguns instantes e se acomode na cadeira para uma conversa. E o menino, prontamente, atende ao pedido.
Em poucos minutos de diálogo com o interlocutor, Guilherme explica como funcionam as regras no projeto do qual participa todas as manhãs. “O professor sempre diz que a gente não pode fazer fiasco. Se a gente briga durante o jogo, a punição é ficar fora da quadra por dois minutos”, conta.
O garoto se refere ao professor Anderson Ferreira D’Ávila. De abril de 2016 até outubro deste ano, o educador atuou como monitor no projeto Craques da Bola, Cidadãos do Amanhã, realizado pela Prefeitura por meio da Secretaria de Segurança, Defesa Civil e Esporte, em 29 núcleos no município. O bairro Santa Vitória, onde Guilherme mora, é um dos atendidos. “O Craques é muito bom porque a gente faz o esporte que quiser”, afirma.
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A experiência adquirida na iniciativa possibilitou ao educador uma conquista pelo trabalho realizado enquanto estagiário de Educação Física. Há pouco mais de uma semana, por conhecer crianças como Guilherme e por se identificar com o perfil dos demais alunos, foi contratado para trabalhar no Centro Marista São Luís, localizado no mesmo bairro. “Para mim é muito gratificante esse reconhecimento. É um sinal de que confiam no meu trabalho. O Craques da Bola me abriu portas e contribuiu para minha qualificação”, reconhece.
O novo desafio de Anderson é atender 120 crianças e adolescentes, entre 6 a 15 anos de idade, diariamente. Além de atividades esportivas e pedagógicas no turno inverso ao da escola, o projeto no Centro Marista oferece refeições aos atendidos. “O professor Anderson sempre almoça com a gente. E ele sempre conversa com os alunos quando eles têm algum problema”, conta a estudante Débora Lopes de Jesus, de 15 anos.
De acordo com o secretário de Segurança, Defesa Civil e Esporte, Henrique Hermany, o Craques da Bola contribui para o desenvolvimento saudável dos participantes e forma profissionais conhecedores da realidade social. “É uma ferramenta de prevenção e transformação social para crianças e adolescentes. E o projeto oportuniza também que os estagiários tenham uma vivência profissional na prática. O Anderson, assim como outros tantos, é um exemplo disso”, afirmou.
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Natural de Vera Cruz, Anderson, hoje com 24 anos, sempre atuou no meio escolar e em atividades esportivas, tanto em Santa Cruz do Sul como no município vizinho. Aos 14 anos já se destacava no basquete e no voleibol. No ensino médio, presidiu o Grêmio Estudantil na Escola Estadual Vera Cruz. n
29 núcleos
O Craques da Bola, Cidadãos do Amanhã iniciou em 2013. Desde então, 30 estagiários de Educação Física já atuaram no projeto. O estágio tem dois anos de duração e cada monitor trabalha em vários núcleos. Atualmente, há 29 núcleos em Santa Cruz do Sul e 1,2 mil crianças e adolescentes atendidos.
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