Há poucos dias, em uma roda de amigos, o assunto foi o primeiro acidente de trânsito ocorrido em Santa Cruz, em 6 de maio de 1914. O tema já foi abordado na coluna, mas como ainda provoca brincadeiras, vamos recuperá-lo.
Conta-se que, na época, a cidade tinha só dois automóveis (comprados em 1912) e eles conseguiram a façanha de bater. Um foi o Humber, importado da Inglaterra por Henrique Melchior, e o outro um NAG, adquirido da Alemanha por Carlos Lund.
Conforme o jornal Kolonie, amigos conversavam em frente ao Clube União, que era na esquina da Rua Marechal Floriano com a 28 de Setembro (onde hoje é O Boticário). Melchior, que passava de carro, decidiu juntar-se ao grupo. Ao parar e dar ré, abalroou o veículo de Lund.
O barulho foi grande e quem estava por perto correu para ver o que tinha acontecido. Felizmente, os estragos foram poucos e os dois veículos saíram rodando.
Os primeiros automóveis da cidade (ainda antes do acidente) eram pouco mais do que carroças. Melchior (dono da Usina de Luz) importou um motor e construiu seu carro em 1911. No mesmo ano, Lund (fabricante de chapéus) adquiriu um motor e também montou seu veículo.
Os “carros de verdade” só chegaram em 1912. Em agosto, Melchior importou um veículo da marca Norteamericano, para quatro pessoas. Em novembro do mesmo ano, adquiriu o Humber, para cinco passageiros. Ele era alugado para passeios pelos arredores da cidade. Lund, em dezembro de 1912, importou o NAG. Era um auto pequeno, para duas pessoas, chamado de Colibri.
O acidente entre os carros de Melchior e Lund ocorreu. Mas existe uma dúvida se realmente havia só dois automóveis em 1914. O historiador Ary do Prado, que escrevia na Gazeta nas décadas de 40 e 50, conta que a partir de 1913 outros santa-cruzenses também importaram carros.
Pesquisa: Arquivo da Gazeta do Sul
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