O preço da carne (1)

Li, por esses dias, uma reportagem dando conta do alto preço da carne.

Como nossa família cria gado de corte, conquanto não façamos terminação, estamos dentro desse ciclo, que se compõe de cria, recria e terminação.

Cada propriedade tem uma vocação.

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A vantagem de se criar em locais que ainda não estão saturados pelas cidades é que se pode adquirir glebas maiores do que, por exemplo, nas regiões perto das metrópoles. E a preços bem inferiores.

No Rio Grande do Sul, usamos a medida de hectares ou, em alguns lugares, quadras de sesmaria. Sucede que, em princípio, há campos macios e outros com afloramento basáltico (campos duros). Estes não se prestam muito para plantios, como de soja ou trigo, mas servem para criação de gado. É fácil, então, intuir que o proprietário que tem campo macio vai investir na lavoura, preferencialmente.

Resultado: o boi se tornou um pouco mais escasso, o que resulta em aumento de preço.

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Ultimamente, começou-se a vender terneiros em pé que vão em navios para alguns países além-mar. E pagam muito bem e à vista.

Tínhamos um entrave, que era o bloqueio que Santa Catarina nos impunha para levarmos nosso gado atravessando seu território sem quarentena. Isso terminou agora, visto não vacinarmos mais contra a febre aftosa.

A carne brasileira é muito procurada por vários países, pois, como sabemos, aqui no Brasil temos espaços vazios que permitem escala. Hoje, temos o chamado gado precoce. Um terneiro de sobreano vai pesar 400 quilos ou mais desde que tenha excelência em: nutrição (1), sanidade (2), bom manejo (3), boa e adequada genética (4). Nessa ordem.

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Vamos relembrando que o terneiro nasce, depois de um tempo é desmamado, em alguns lugares é castrado. Alguns deixam o terneiro inteiro, outros o castram bem cedo e alguns esperam algum tempo para castrar. Os compradores do oriente exigem terneiros não castrados.

No nosso Estado, falamos em quilo vivo e não em arroba. Para nosso cálculo, vamos dizer que o boi pesa 600 quilos. Como o quilo vivo vale cerca de R$ 10,00, o boi sai da porteira valendo R$ 6.000,00. Quando chega no frigorífico, passa por uma série de operações. A carcaça vai pesar apenas entre a metade ou um pouco mais. Quase dá para multiplicar por dois o preço, agora que só temos a carcaça. Depois de sair para os supermercados, sofre mais acréscimo no seu preço.

Portanto, é o mercado que fixa o preço.

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O Euro vale hoje R$ 6,20. Olhem quanto custam em Euro alguns cortes na Alemanha, por quilo: filé brasileiro, 25; entrecot argentino, 25; carne moída de gado, alemã 6.

(volto na quinta)

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