O Poderoso Chefão – 50 anos: uma oferta que você não poderá recusar

Sotaques italianos, festas de casamento, uma laranja, um veterano de volta ao lar, uma cabeça de cavalo, desavenças entre famílias rivais, o som inconfundível de um bandolim. Estes são apenas alguns dos ingredientes que compõem um dos maiores filmes já feitos. O Poderoso Chefão (The Godfather) estreava em março de 1972 para se tornar uma das obras-primas mais amadas do cinema. A adaptação magistral do livro de Mario Puzo narra a ascensão e a queda da família mafiosa mais conhecida da ficção – a família Corleone – ao longo de uma trilogia cinematográfica.

A obra acompanha Don Vito Corleone (Marlon Brando), um chefe de família e líder de uma organização criminosa. Dono de moral ambígua, o imigrante italiano ganha poder nos Estados Unidos concedendo favores a seus “afilhados” em troca de serviços para a máfia, e o padrinho não deixa de cumprir suas promessas. Amigável e justo, ele defende valores familiares, mas também é um chantagista e assassino. Entretanto, acontecimentos causam uma ameaça ao poder do Chefão, exigindo que a família se una para uma guerra com inimigos dos dois lados da lei, e os seus filhos Sonny (James Caan) e Michael Corleone (Al Pacino) deverão assumir os riscos de mergulhar nesta rede de crimes, poder político e corrupção.

O longa dirigido por Francis Ford Coppola completa 50 anos em 2022, e, em comemoração, ganha uma edição especial que foi relançada nos cinemas na última quinta-feira, 24. O Cine Santa Cruz e o Cine Max Germânia, de Santa Cruz do Sul, manifestaram interesse em exibir o longa, mas, segundo a Paramount Pictures, a exibição no Brasil ocorrerá em circuito limitado. No entanto, o filme também será liberado nas plataformas digitais a partir de 22 de março.

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A produtora de Coppola, a American Zoetrope, junto com a Paramount, realizou uma restauração meticulosa da trilogia, que durou três anos. Durante o trabalho, mais de 300 caixas de filmes foram examinadas para encontrar a melhor resolução para cada quadro. Foram 4 mil horas para consertar manchas nos rolos, rasgos e outras anomalias nos negativos, além de mil horas para correção de cores, garantindo a manutenção da visão original do diretor de fotografia Gordon Willis, e mantendo-se fiel à estética e à aparência dos filmes. A última restauração havia ocorrido em 2007, conduzida pelo eminente historiador de cinema e preservacionista Robert Harris. Entretanto, utilizando ferramentas ainda mais modernas, este será o primeiro lançamento no formato digital 4K HDR.

Mais uma vez, o trabalho foi supervisionado pelo diretor. “Tenho muito orgulho de O Poderoso Chefão, que certamente definiu o primeiro terço da minha vida criativa”, disse Francis Ford Coppola em material divulgado pelo produtora. “Com este tributo ao 50º aniversário, estou especialmente feliz de O Poderoso Chefão 3 – Desfecho: A Morte de Michael Corleone estar incluído, pois capta a visão original de Mario e minha ao concluir definitivamente nossa trilogia épica”, frisou. “Também é gratificante comemorar esse marco ao lado dos fãs maravilhosos que amam a trilogia há décadas, das gerações de antes, que ainda o consideram relevante hoje, e daqueles que o descobrirão pela primeira vez”, declarou o diretor.

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“Deixe a arma, pegue os cannoli”
Mais do que mudar para sempre o imaginário sobre a máfia americana, O Poderoso Chefão tornou-se parte do cânone dos grandes clássicos do cinema. Como tal, muitas curiosidades o cercam. Por exemplo: a fala “deixe a arma, pegue os cannoli” (“leave the gun, take the cannoli”, no original em inglês), que é falada por Richard Castellano como Clemenza, foi improvisada e não está no roteiro.

Na sua audição para o papel do patriarca, Marlon Brando queria que ele parecesse um buldogue, então encheu as bochechas de algodão. Para as filmagens, ele usava um bocal feito por um dentista. Já o gato segurado pelo ator na cena de abertura era um animal que Coppola encontrou nos estúdios Filmways, no Harlem. O gato ronronou tão alto durante a cena que o diálogo teve que ser regravado.

Uma das cenas mais violentas e marcantes do filme, a morte de Sonny Corleone, foi também a mais cara, custando à época US$ 100.000. O ator James Caan usou 127 cápsulas explosivas cheias de sangue para simular balas atingindo-o, e o carro tinha mais de 200 buracos de bala pré-perfurados.

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Edição comemorativa
A inspiração para o clássico veio da obra de Mario Puzo, que também assinou o roteiro do filme. O autor nasceu em Nova York e era filho de imigrantes italianos; escreveu diversos livros e roteiros e faleceu em 1999. O poderoso chefão, lançado no Brasil pela editora Record, ganhou uma nova capa no ano em que o filme comemora 50 anos. A 50ª edição do livro tem tradução de Denise Bottman e permite que os fãs de Don Vito Corleone se aprofundem na história.

Mario Puzo constrói a figura central inspirado nos mafiosos mais temidos da década de 1940. Recheado de personagens ricamente construídos, o livro proporciona a experiência de entrar em um retrato do submundo do crime. O leitor acompanha a progressão de Michael nos negócios da família. O jovem, que queria distância de tudo aquilo, sente a força da hereditariedade e se assusta ao ver em si sentimentos parecidos com os do pai.

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O Poderoso Chefão, de Mario Puzo
Editora: Record
Tradutor: Denise Bottmann
Páginas: 518
Preço: R$ 74,90

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