O poder de ser resiliente é o compromisso de Maribel Dockhorn

Uma das virtudes das mulheres, e que poucos homens conseguem entender e fazer igual, é a capacidade de ser resiliente, de encarar desafios, que parecem insuperáveis, de abraçar causas e dedicar tempo, inspiração e transpiração. Isso tudo além, é claro, de continuar, como todas as pessoas, com seus compromissos com a família e trabalho. Um desses exemplos é a presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Santa Cruz do Sul, Maribel de Souza Dockhorn, 57 anos.

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Mãe de dois filhos, a pedagoga considera chegar à direção da entidade o fruto de muita dedicação e da capacidade de acreditar. “Acredito em uma sociedade mais justa, com oportunidades para todos”, afirma. O trabalho exercido por ela e os demais membros da diretoria é voluntário e resulta na evolução e bom atendimento para mais de 450 pessoas.

Mas nem todo momento é só felicidade ou tranquilidade. Reconhece que, durante a vida, pelo fato de ser mulher, passou por inúmeros acontecimentos. “Precisamos ser resilientes em cada uma das adversidades, mostrar sempre a nossa força, mesmo em momentos em que ela se faz diminuída”, frisa ao reforçar a importância de que sejam lembradas, neste 8 de março, as mulheres com deficiência.

“Muitas vezes são inviabilizadas, abusadas, sendo vítimas não só do sexismo, mas do capacitismo. Precisamos de políticas públicas específicas e que os direitos sejam, de fato, garantidos e saiam do papel”, aponta.

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Doação

Mesmo que o trabalho da direção seja voluntário, Maribel reforça que não se trata de uma mera benemerência, merece dedicação e doação. “Tenho orgulho do comprometimento desse time de profissionais da nossa querida Apae, pois somos uma família e cada um é indispensável. A dedicação diário, agradeço de coração, pois quem sai ganhando são os nossos atendidos”, destaca.

A presidente vê a mulher conquistando força no mercado de trabalho, com o compartilhamento das responsabilidades com outras mulheres, como acontece na direção da entidade. “Nos cargos de gestão precisamos de mais mulheres. Nas diretorias, nos conselhos administrativos de empresas, cargos estes que, sabemos, são majoritariamente masculinos. Estes espaços precisam ser ocupados por mais mulheres, somos qualificadas e muitas vezes excluídas por sexismo”, conclui.

Em números

A Apae Santa Cruz do Sul conta com 2,3 mil metros quadrados de área construída, atendendo 450 pessoas com deficiência intelectual e múltipla e suas famílias. São mais de 2 mil atendimentos por mês na área da saúde, 70 alunos na Escola de Educação Especial e 130 nos grupos de assistência social. Isso é possibilitado pelo trabalho de 69 profissionais.

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