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O plebiscito e o referendo

A se confirmar o que as pesquisas eleitorais têm identificado até o momento, o segundo turno da eleição presidencial será entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).

Infelizmente, vença quem vencer, não haverá expectativa de reinar a mínima paz política, necessária para que ocorra um governo razoável e estável, capaz de enfrentar os graves problemas atuais e vindouros.

Com certeza, encerrada a eleição e apontado o vencedor, o perdedor não aceitará a derrota. E no dia seguinte prosseguiremos na mesma ladainha. Esse pessimismo é explicável pelo conjunto dos fatos recentes e a conduta das partes.

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Um, o capitão Bolsonaro, é notória e assumidamente autoritário, cultuando e disseminando ideias e práticas de alto risco e socialmente desagregadoras. Exemplos dessas características e abusos não faltam.

O outro, o agora ajudante de ordens Haddad, é porta-voz de um preso e partido que menosprezam as leis e as autoridades. É o que demonstra sua inconformidade com decisões policiais e judiciais anti-corrupção que atingiram seus líderes partidários, alguns já condenados, e especialmente o ex-presidente, aliás, também condenado em um processo e réu em outros cinco.

Em comum, os dois candidatos (e o que representam) não aprenderam nada com os fatos nacionais, nem com a história mundial, além de reafirmarem a ideia de que os fins justificam os meios.

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Então, iludido e contaminado pelas circunstâncias negativas de ambos, verso e reverso da mesma moeda, resulta que o povo votará de modo plebiscitário quanto a um ou outro candidato. Mas, consequentemente, referendará a indiferença ética e a hipocrisia social!

De modo que restarão derrotados princípios e valores históricos, éticos e legais. Se não são valorizados e essenciais na prática político-partidária, como nossa realidade demonstra, são, entretanto, preceitos basilares na constituição de uma nação que se pretenda altiva, comunitária e progressista.

Ressalva: ao conceituar severamente e prognosticar esse desagradável desfecho entre os dois prováveis finalistas, não significa dizer que os demais pretendentes sejam “santos” e isentos de responsabilidades pelo péssimo momento. Muito pelo contrário.

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Aliás, a propósito, como se fosse incapaz de entender o que aconteceu de fato nos últimos tempos e prever suas óbvias consequências (por exemplo, o surgimento de um conservador fenômeno “Bolsonaro”), o ex-presidente e sociólogo Fernando Henrique Cardoso vem agora propor uma terceira via, cínica e tardiamente. Percebe-se que também ele foi contaminado pelo vírus epidêmico do “não sabe nada e não viu nada!”

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