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O planeta respira aliviado

O planeta está em modo pausa, e respira aliviado de sua praga principal, a raça humana. O que significa essa pausa?

Primeiro, significa que não estamos de férias e sim em alerta máximo. Quem viu o filme Titanic pode fazer uma interessante analogia. Ninguém no navio viu o iceberg e, por causa da ambição de alguns, o navio seguiu em rota acima da velocidade recomendada, apesar de todos os alertas técnicos. Continuamos ignorando os alertas, e seguimos não respeitando as leis naturais do nosso universo. Somos um Titanic rumo à colisão inevitável, e a morte de muitos passageiros e tripulantes é fato certo.

Alguns ricos e poderosos continuam achando que seu dinheiro pode comprar o embarque no bote salva-vidas, e que a crise não é tão grave assim, o mais importante é pensar nos impactos da economia. Os médicos são os músicos do navio, que sabem o que vem pela frente, e tentam tornar o nosso desastre o mais ameno possível, oferecendo suas vidas para salvar a todos nós. Os distraídos, egoístas e mesquinhos fecham os portões do porão do navio, porque o importante é se salvar, e não pensar em todos que morrerão inundados nos andares mais baixos, nossas comunidades carentes, no caso. Por incrível que pareça, 26% ainda imaginam que não é bem assim, e que ir à praia, sair às ruas, agrupar pessoas em volta do samba, do futebol ou da rodinha de chimarrão é inofensivo. Somente um pequeno grupo de pessoas se dá conta do que realmente está acontecendo, e trabalha incessantemente para salvar o maior número de vidas possível.

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Qual pode ser a lição? Talvez nós sejamos o “Coronavírus” do planeta, que vive para destruir o seu hospedeiro, e depois, de forma estúpida, morre. Nossa estupidez como raça humana virou nossa história. Não ouvimos os sinais, não respeitamos os avisos, mais uma vez, não estamos preparados para nada que esteja além da limitada versão humana de vida. O período de reclusão será longo, e uma parada obrigatória do mundo, para que desembarquem algumas pessoas e para que possamos nos reinventar como espécie. Comecei o ano falando disso, mas para os ocupados, poderosos e céticos, falar de futuro e de sinais de mudança é irrelevante, importante mesmo é resolver o presente.

Sinto uma profunda tristeza por nossa gente e por termos que passar por este doloroso evento para despertar como humanidade, nos unirmos em torno da mesma causa e ampliarmos nossas visões sobre a vida.
Projetando a imaginação para 2030, gostaria de olhar para trás e ver que o mundo superou este evento e aprendeu muitas lições. Não importa mais quem tem razão, importa apenas como vamos conseguir passar por esta guerra biológica sem precedentes, e como seremos capazes de renascer como povo depois desta tormenta.

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