Com o espírito de Natal se manifestando de inumeráveis maneiras, o comércio promove o já tradicional ritual de vitrines decoradas, com o que há de mais lindo, chamativo, tentador para estimular os consumidores, cada ano com mais novidades e criatividade.
Por parte de quem quer vender, não são poucas as técnicas usadas para despertar o desejo de compra do consumidor, desde coisas simples que surpreendam o cliente até apelar para campanhas que emocionam. O importante é gerar resultados, mas, mais importante ainda, converter aquela pessoa que entrou na loja num cliente fiel que, numa próxima oportunidade, vai lembrar-se onde encontrou o que procurava e foi bem atendido.
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Já do lado do consumidor, o final do ano pode ser aquele momento especial para tentar resgatar relacionamentos, relegados durante o ano, procurando agradar pais, filhos, parentes, colegas, amigos com presentes. É o período do ano em que, mais facilmente, as pessoas compram mais do que poderiam gastar, muitas vezes se valendo do cheque especial, cartão de crédito ou o cheque pré. Isso pode comprometer o orçamento financeiro pessoal ou da família. Então, como agradar as pessoas e, ao mesmo tempo, não assumir dívidas que podem se estender por vários meses do próximo ano?
Antes de sair por aí a fazer compras, é preciso realizar um levantamento da situação financeira pessoal ou familiar, o que a metodologia da DSOP –Educação Financeira chama de diagnóstico financeiro : qual é o valor da renda disponível e quais as despesas fixas e as dívidas já assumidas, previstas para este mês e até meses futuros? Desse simples levantamento, é possível verificar com quanto se pode contar para as compras ou despesas de Natal.
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Depois, fazer uma lista de todas as pessoas que pretende presentear, definindo o valor máximo de cada presente, e dos gastos que terá com ceias, almoços, viagens, etc. Com relação aos presentes, descobrir os desejos das pessoas para evitar que se compre coisas que podem até ser baratas, mas que talvez acabem esquecidas num canto qualquer.
Outra estratégia importante é não deixar as compras para a última hora. Eventualmente, pode- se achar alguma promoção, mas o mais comum é que, na ânsia de livrar-se da preocupação, acaba-se comprando por impulso, sem questionar preço, qualidade, serventia, etc. Nesses momentos de sufoco, é fácil mudar de ideia sobre o que comprar, ou não, o que, geralmente, pode gerar arrependimento.
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Se a situação financeira estiver um pouco complicada ou até problemática, pelo menos priorizar as crianças, afinal elas não tem culpa da situação e o sorriso de alegria delas é contagiante. Entretanto, aproveitar o momento para iniciar a família na educação financeira, cujo foco principal deve ser mudar comportamentos com relação ao dinheiro. Não vale a pena, por exemplo, assumir dívidas com a compra de itens de marca que, geralmente, custam bem mais caro, se existem alternativas mais em conta. Nesse processo, as crianças podem ser envolvidas, delegando-lhes a tarefa de pesquisar marcas, preços, condições, lojas, etc.
Neste Natal, a palavra chave certamente é a cautela. O Brasil está saindo de uma grave recessão econômica – talvez, a pior de sua história – e o próximo ano, possivelmente, será desafiador.
O ano de 2018 pode ser muito perigoso para o bolso do brasileiro. No âmbito interno,
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1) há o risco de as necessárias reformas – da previdência e a tributária, principalmente – não saírem e, em consequência, retornar a crise econômica, com mais desemprego, inflação fora de controle, juros altos; e,
2) as eleições presidenciais que podem desencadear um caos político. No âmbito externo, existem vários pontos de interrogação, como uma possível correção da grande valorização do mercado de ações, nos Estados Unidos, e o aumento da tensão bélica entre EUA e Coréia do Norte.
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Enfim, o ano de 2018, provavelmente, será de grandes emoções; é recomendável que as pessoas mantenham suas finanças sob controle. Afinal, os caminhos que o Brasil seguir podem levá-lo a transformar-se numa Brazuela (crise econômica e social igual a da Venezuela) ou uma Brasolômbia (disciplina fiscal que, em pouco tempo fez a Colômbia experimentar um cenário de queda de juros, crescimento econômico e menor peso do Estado na economia). O tempo dirá!
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