Face ao fenômeno mundial em curso, quase que um “arrasa-quarteirão”, leia-se Donald Trump, sujeito às variadas interpretações e acusações, republico artigo meu de janeiro de 2009.
Porém, as reações à globalização e suas oscilações fiscais-tributárias, a exemplo do Brexit e outras, e agora o caso Estados Unidos e colaterais, a rigor não são surpresas.
Em modo reduzido, vamos ao artigo de 2009.
“Entre as razões objetivas e subjetivas da crise é possível detectar aspectos de difícil solução/conciliação. (…) Há evidentes conflitos e divergências operacionais entre a política (nacional!) e a economia (mundial) dentro de um cenário de mundialização/globalização.
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A rigor, o espaço e o exercício da política é amplamente realizado no âmbito nacional, enquanto a economia, suas decisões e inflexões, opera extraterritorial e mundialmente.
Um exemplo de conflito ocorre na contraposição dos interesses de empresas multinacionais, ou nacionais com vocação importadora/exportadora, interessadas no livre comércio e no movimento de capitais, mas sujeitas e influenciadas por legislação e sindicatos protecionistas e submetidas às condições da política nacional.
Significa dizer que a política nacional atua como um freio à tendência mundial do livre e abundante comércio. Nesse paradoxo de vontades, política e economia acabam por opor forças e anular esforços.
Atores e ações em torno da mundialização da economia têm dificuldades de se contrapor aos movimentos e processos políticos internos nacionalistas e protecionistas (que têm compromissos e ambições que vão além dos aspectos econômicos e financeiros).
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Esse conflito de interesses (e representações) gera uma dialética própria, dominada pela política nacional, mas com grandes prejuízos aos projetos de ampliação do livre comércio mundial, por sua dificuldade e incapacidade de interlocução e superação.
A superação desse paradoxo integra regularmente a agenda dos chefes de Estado através das reuniões dos famosos grupos (G-8), agora G-20, com a participação de China, Brasil e Índia. Mas, em verdade, é a política nacional de cada nação levada ao cenário e confronto mundial.
De modo que se mantêm todas as expectativas, embora pessimistas, de que oportunamente possam advir medidas conciliatórias e eficazes para contenção dos ‘estragos’ que algumas políticas nacionais provocam no cenário mundializado da economia.”
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Em resumo, a rigor não há nada de novo. A novidade é o estardalhaço de Trump e o seu estilo jogador de pôquer, comportamento passageiro ou não. Na dúvida, encerro com uma frase do mundo do pôquer: “Confie em todo mundo, mas sempre corte as cartas!”.
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