Destinado em garantir o acesso ao crédito financeiro em condições simplificadas e a juros menores, no dia 12 de março o presidente assinou medida provisória que criou o “Crédito do Trabalhador” (consignado), destinado aos trabalhadores com carteira de trabalho assinada (CLT).

Objetivamente, trata-se da viabilidade de contratação de uma operação financeira por meio da Carteira de Trabalho Digital, com possibilidade de obter empréstimo mais barato, mediante garantia salarial e de saldo do FGTS.

O empréstimo será descontado parcelada e mensalmente direto da folha de pagamento, até o limite de 35% do salário do trabalhador e com garantia de 10% do seu saldo de FGTS. E admite o parcelamento em até 96 meses (oito anos).

Com a medida, o governo coloca em risco um dinheiro que não é dele. O FGTS é do trabalhador. Embora a baixíssima correção mensal, o FGTS tem uma função importantíssima no sistema nacional de financiamento imobiliário.

Pergunta: quem fica oito anos no emprego? A média nacional não passa de dois anos! Ou seja, para honrar a dívida o trabalhador terá que usar os valores da rescisão e possivelmente “queimará” rapidamente seu saldo no FGTS.

De fácil acesso, repito, em três dias houve mais de 40 milhões de consultas. O trabalhador receberá as ofertas de crédito dos bancos em até 24 horas, analisará a melhor opção e fará a contratação no canal eletrônico do banco.

De acordo com a Serasa, há mais de 50 milhões de brasileiros endividados. Com crédito fácil, de “papagaio em papagaio”, quanto tempo levará para o agravamento e o comprometimento do salário mensal e a “queima” do saldo do FGTS?

Apesar de seus dez anos no poder, o presidente Lula tem demonstrado reiteradamente um agudo desconhecimento do “modus operandi” da economia, das leis de oferta e demanda (bem como não se responsabilizar pelo juro alto e a inflação!), o que resulta em sua insistência em crer que basta distribuir dinheiro para movimentar a economia.

Esqueceu o ditado bíblico. Não basta dar peixes (endividar) aos pobres, convém ensinar a pescar. Ou seja, é necessário criar empregos e oportunidades de trabalho, estimular a competição e o empreendedorismo, reduzir a carga tributária, otimizar os recursos públicos, etc…

No embalo, a ministra Gleisi Hoffmann ampliou e personalizou o significado da medida provisória (recuperação do prestígio de Lula) e disse aos trabalhadores: “Apertou o orçamento? O juro tá alto? Pega “o empréstimo do Lula”!

Na linguagem popular, “papagaio” é um empréstimo financeiro realizado para cobrir outras dívidas. E assim sucessivamente. A novidade é que o “empréstimo do Lula” é com dinheiro do próprio trabalhador. Os bancos agradecem!

LEIA MAIS TEXTO DE ASTOR WARTCHOW

quer receber notícias de Santa Cruz do Sul e região no seu celular? Entre no NOSSO NOVO CANAL DO WhatsApp CLICANDO AQUI 📲 OU, no Telegram, em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça agora!