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O País que sonhamos

Nas eleições municipais, o resultado das urnas trouxe diversos recados para a classe política. O populismo definitivamente foi enterrado. As esquerdas, sob a liderança do PT, foram fragorosamente derrotadas. Os candidatos que Lula apoiou publicamente não viram a cor da bola, ou melhor, do voto. A estrela vermelha não apareceu nas propagandas políticas, cujo orgulho de outrora voou com o vendaval de falcatruas. O sonho de um País melhor acabou.

Não pensem que os políticos dos demais partidos estão isentos. Os protestos daqueles milhões de brasileiros que inundaram as ruas das cidades continuam atentos às manobras. Não lhes foi outorgado o salvo-conduto.

Temos urgência por diversas reformas. A capacidade financeira do País e dos estados está esgotada. O Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro são exemplos de uma falência anunciada. Outros entrarão na fila.

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Esse desastre das finanças públicas é o resultado da irresponsabilidade da classe política ao longo dos anos. Agravou-se com a crise gerada pelos governos petistas, que se apropriaram do Estado e o dividiram com uma nova casta cooptada com altos salários e mordomias pagas pelo generoso cofre da República.

Essa casta tem a seu favor o incontestável império do “direito adquirido”, que lhes assegura o “emprego” sem que precise provar que realmente trabalha pelo bem comum. Depois se aposenta com todas as mordomias incorporadas, usufruindo de uma aposentadoria nababesca. A “Constituição Cidadã” lhes assegura esse descalabro pétreo.

Um milhão desses privilegiados empregados da União causa um rombo maior nos cofres públicos do que os mais de 28 milhões de trabalhadores da previdência privada. Os atuais governantes falam com ênfase na reforma da castigada classe de trabalhadores da aposentadoria privada. E os “marajás”?

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Dizem os políticos que as reformas necessárias são polêmicas e requerem decisões impopulares. É uma falácia que já vem desde outrora. Com medo de desagradar os eleitores e com receio de não se reelegerem, os deputados e senadores fogem de votações problemáticas.

O presidente Temer tem a responsabilidade de tornar o Brasil um país moderno, transparente e eficiente em todas as esferas. Precisa modernizar a gestão pública. As urnas deram o recado.

Em São Paulo surgiu o prefeito recém-eleito, João Dória, que se dizia um gestor e não um político. Prometeu que faria uma gestão voltada para a modernização do Estado. Não teve medo de falar em privatizar as estatais para tirá-las das mãos dos políticos.

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Temer tem dois anos e meio para encaminhar as mudanças. Se ousar fazer o que realmente deve ser feito nesse Brasil obeso, cheio de vícios, sobrecarregado com uma máquina pública ineficiente e cara, será aplaudido em praça pública pelo sofrido povo brasileiro.

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