No terceiro dia da expedição, tivemos o dia mais longo em distância. Nos dois primeiros, conseguimos aproximar um pouco as propriedades para evitar desgaste maior e aproveitar o tempo nas visitas. Fechamos o ciclo no Rio Grande do Sul e rumamos a Santa Catarina. Foi uma viagem de São Pedro do Sul até Passo Fundo, onde pernoitamos, e fomos até Itaiópolis, no Planalto Norte catarinense. Pegamos chuva no caminho e até um acidente, com trânsito parado.
Chegamos na propriedade do Emerson Gabriel Woiciechovski, onde a tecnologia não está em máquinas, mas sim em pesquisa, em aprimoramento de cultivares. Um produtor que faz experiência através da empresa, faz testes, seca separado, guarda separado e etiquetado. Depois faz todo o processo de separação do tabaco, com enfardamento e colocação em sacos grandes de papel, que vão para a indústria. Assim são reconhecidas as variedades mais e menos produtivas, colocação de adubos, defensivos e assim por diante. É uma propriedade muito importante, como outras tantas que a gente nem fica sabendo.
LEIA TAMBÉM: O olhar do produtor: mecanização na lavoura de Burley
Publicidade
Ele é um auxiliador de técnicas e variedades e manejos, que depois vão a campo. Os produtores usam e nem imaginam que foi outro agricultor que fez toda essa experiência.
Com a sua esposa Camila, que é professora, diversifica nessa área. O casal tem três filhos, o que é quase incomum de se encontrar. A propriedade é do sogro do Emerson, que trabalhava na cidade, mas decidiu se transformar nesse produtor com responsabilidade pelo que faz no dia a dia.
LEIA TAMBÉM: O olhar do produtor: foram 629 quilômetros no primeiro dia
Publicidade
O alambique dos Lüdtke
Quando estávamos saindo de São Pedro do Sul, o Arriel Lüdtke nos convidou para fazer visita à propriedade do seu tio Aderlei, que fica perto da propriedade. Vimos uma plantação que foi muito comum no passado, mas hoje não é tanto: cana-de-açúcar. Ele planta uns cinco hectares e faz o corte e o processo para a fabricação de cachaça artesanal. Lembro da minha época de infância, em que meus avós e meus pais faziam melado ou chimia, no período de inverno. Hoje, isso cada vez menos se vê, pois nas propriedades não fazem mais chimia, nem melado, muito menos a cachaça em alambiques. Ele está investindo em manejo do solo e cultivares para produzir em abundância. É um registro pouco diferente da expedição, mas que mostra a importância de uma cultura que teve destaque no passado.
LEIA OUTROS TEXTOS DA EXPEDIÇÃO CAMINHOS DO TABACO
Chegou a newsletter do Gaz! 🤩 Tudo que você precisa saber direto no seu e-mail. Conteúdo exclusivo e confiável sobre Santa Cruz e região. É gratuito. Inscreva-se agora no link » cutt.ly/newsletter-do-Gaz 💙
Publicidade