O mundo seria diferente se as decisões de décadas atrás tivessem sido melhores.
Em 2020, muitos foram pegos de surpresa pela pandemia, amplamente anunciada, de acordo com um estudo feito pela minha equipe de pesquisadores. Estatísticas de institutos de estudos de futuros mostram que 87% das pessoas não querem falar de futuro, nem pensar em cenários disruptivos. Nossa mente é nutrida pelo curto prazo, não por visões de longo prazo que exigem renúncias imediatas e responsabilidade de quem vive agora.
Algumas tribos indígenas decidem pensando nas próximas sete gerações. Povos antigos trazem em sua cultura toda sabedoria que o mundo precisa para se harmonizar.
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Compramos a ideia de que haveria um novo normal, o que é impossível que se estabeleça em um prazo curto quando o cenário do mundo é de transformação radical. Passei 2020 dizendo que não existe novo normal, e que havia um recomeço que poderia ganhar tração somente em 2023. Obviamente, mentes resistentes duvidaram imediatamente, e hoje me escrevem dizendo que talvez eu tivesse razão.
Não faço previsões, só analiso fatos e incluo percepções intuitivas lógicas. O trabalho de um futurista é estudar padrões, macro-história, movimentos sistêmicos e sinais de mudança, para ajudar a sociedade e as empresas a estarem mais preparadas para o que pode estar por vir e tomarem decisões de forma antecipada, não reativa.
O planeta está em transição e Divaldo Franco já nos ensinou isso em 2010. A jornada não é de curto prazo e as mudanças são profundas. Não devemos nos iludir de que tudo será resolvido por um governante, por uma vacina ou pela ciência de forma rápida.
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Nosso papel é participar ativamente da mudança do mundo, recebendo o diferente sem tanta reatividade. Devemos seguir em frente com nossas vidas da melhor maneira possível, usar a criatividade e a imaginação, entender o que de melhor podemos fazer agora para nos apropriar do nosso futuro desejado. Se desistirmos, as próximas gerações terão vergonha de seus antecessores.
Nada voltará ao que era, e 2021 ainda é um ano de muitas adversidades. Somos bons em contornar adversidades. É bom aceitar o cenário incerto e fazer da incerteza um recurso positivo. Nosso mundo está doente, e a cura deve demorar. Há muitas variáveis a serem consideradas, como a cultura e a consciência, que levam décadas para se ressignificarem.
Estamos progredindo como espécie humana. O vírus continuará entre nós, hábitos de higiene vieram para ficar. A consciência está sendo expandida e o ativismo por um mundo mais digno é cada vez maior. Já há uma sabedoria na inteligência coletiva da maioria da população, que ainda segue ofuscada por pequenos grupos barulhentos que andam na contramão daquilo que o mundo deseja.
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Não perca a esperança, faça o melhor que puder com a condição que existe hoje. E siga em frente, acreditando que toda adversidade existe para levar a humanidade a um estado coletivo melhor.
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