O Festival de Cinema em Santa Cruz já teve sua sétima edição neste ano e mostra que se consolidou de vez em nosso município e região, como mais um fator a destacar a nossa terra e nossa gente, e dentro de um viés a que precisamos prestar cada vez mais atenção, o turístico. Se Gramado é o que é hoje nesse terreno, por certo o seu festival (já em sua 52ª edição) teve uma participação importante nessa trajetória, e o mesmo podemos pensar e ousar (é o que pelo menos projeto) em nossa realidade.
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Tive participação maior neste ano, a partir de depoimento em bela produção de alunos do Curso de Jornalismo da Unisc, tendo à frente Guilherme Andriolo (colega da redação integrada Gazeta, no Portal Gaz) e Bruna Weis, que elaboraram elogiado documentário sobre a história que retratei em livro há dez anos (Em segredo no Rio Thal, já com a segunda impressão esgotada, demonstrando o interesse que despertou). Sob o título de Madame Bovet, personagem central da história, pela fuga da França com suas duas filhas e peregrinação pela terra natal (Argentina) e gaúcha, vindo parar no Rio Thal (Monte Alverne), em 1937, chamou novamente muita atenção, sob a perspectiva do audiovisual.
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Aliás, um dos aspectos que motivaram a escrita do livro, estimulada pelo então diretor de redação da Gazeta, Romeu Neumann, que fez o prefácio, foi a possibilidade de que a obra se transformasse em filme, sonho do parceiro nessa tarefa (o farmacêutico monte-alvernense Heinz Weiss), que então já tinha alguém do setor interessado para tanto, mas que depois se afastou da empresa do setor onde atuava. A realização do documentário e sua boa repercussão, junto com o crescimento que mostra Santa Cruz nesse campo, dão guarida a que a história venha a ser tema de futuro filme, pois, por suas características, se presta bem para tal.
O município e a região, de fato, mostram significativa evolução nessa linha, com o sucesso que vem tendo o Festival de Cinema santa-cruzense e o prêmio recebido em agosto no evento de Gramado, pela ainda recente Santa Cruz Film Commission, de melhor área para gravações no Estado, em votação realizada pela internet. Conforme evidenciou sua diretora, Natalia Correa, a premiação demonstra nosso potencial para sediar mais produções na região, como forma de fomentar o turismo cinematográfico e a economia em geral.
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Ao observar o auditório da nossa Unisc, copromotora do evento, sempre lotado nas exibições feitas, o entusiasmo demonstrado pelos presentes, tanto como participantes das obras exibidas ou apenas assistentes, entre outros envolvimentos locais, foi possível também pensar à frente, de como podemos nos projetar mais nessa área. Inclusive, o filme longa-metragem produzido na região, o belo InfiniMundo, com locações em Travessão Dona Josefa, distrito santa-cruzense de Rio Pardinho, e da sinimbuense Linha Rio Grande, lançado em Gramado e apresentado na última noite do festival em Santa Cruz, apenas corroborou esse sentimento.
Temos lindas paisagens em nossa região, algumas infelizmente muito afetadas pelas trágicas enchentes deste ano, mas que haverão de se recuperar, assim como ocorre a retomada nos mais diversos aspectos. Temos muita história e muitas histórias interessantes a mostrar e contar, a começar pelo importante legado deixado pelos imigrantes (em especial, os alemães que iniciaram a colonização, comemorada neste ano e cujas tradições devem ser sempre lembradas e revalorizadas, a exemplo do que busquei novamente fazer em outro livro, Peter & Lis, há pouco lançado). No seu retrato escrito ou filmado, ao reconhecer com emoção as nossas raízes, haveremos de nos enxergar melhor, e, aposto também, ver ainda melhor o nosso futuro.
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