Jones Alei da Silva
Presidente da Associação dos Oficiais Militares de Santa Cruz do Sul (AOMSCS)
Não poderia ter sido mais feliz o marco histórico que referencia o nascimento do Oitavo Batalhão de Infantaria Motorizado. Dia 1º de maio, Dia do Trabalho, uma data para expressar orgulho e gratidão. Pelo trabalho que nos dignifica como cidadãos e nos dá o sustento, e por termos sido agraciados, no distante 1944, com a instalação de uma verdadeira escola de formação cívica, de jovens valorosos e dignos que, aprendendo a servir e amar a Pátria, se tornaram artífices para a construção de uma Nação.
Ao longo de 60 anos, milhares de jovens de Santa Cruz do Sul e da região tiveram a oportunidade e, por que não dizer, a honra de servir no Oitavo Batalhão. E todos eles, então jovens soldados, ainda se verão nas lembranças entoando o hino, ritmado pela Banda, no pátio Duque de Caxias, local consagrado de formatura e palco para reverenciar os heróis do Exército, como o general Sampaio, patrono da Infantaria.
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Tenho absoluta convicção de que os moços que adentraram pelo Portão das Armas para prestação do serviço militar, filhos do Oitavo como muitos de nós que fizemos carreira militar, nunca esquecerão dos valores éticos, morais e cívicos que aprenderam durante os meses em que permaneceram na caserna, verdadeira escola de civismo, de formação de cidadãos aptos a encararem os desafios da vida.
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Para muitos desses jovens, sobretudo os vindos de localidades distantes do interior, o Oitavo Batalhão foi oportunidade única de integração e inserção social, uma porta de entrada para destravar talentos e encaminhar carreiras promissoras.
Para centenas de militares, muitos vindos de longe, foi mais do que uma oportunidade profissional. Foi um abrigo fraterno, uma escola de líderes e de amigos. Vários deles hoje são santa-cruzenses por opção e aqui empreenderam, desenvolveram seus negócios e prosperaram. Outros tantos são santa-cruzenses de coração, aqui serviram à Pátria, plantaram raízes e foram designados para outras missões. Mas todos eles, com certeza, levaram na bagagem uma saudade enorme e a vontade de voltar na primeira oportunidade.
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Nosso Batalhão foi e sempre será um patrimônio de Santa Cruz do Sul. Alguns dos ex-comandantes alçaram voo e se guindaram à condição de destaque no cenário nacional e até internacional. Mas o Oitavo também legou um batalhão de lideres e empreendedores que ajudaram a construir esta cidade.
A extinção do 8º BIMtz em 31 de dezembro de 2004 não só deixou saudades, mas também proporcionou uma mobilização para que Santa Cruz não ficasse sem uma Unidade Militar. O Exército foi sensível e transferiu para cá um dos Batalhões mais tradicionais, o 7º Batalhão de Infantaria Blindado. Outras ações reforçaram esse vínculo, como a aquisição de um campo de instrução e a implantação de uma Escola de Formação de Oficiais, o NPOR.
Não bastasse tudo o que representa para a formação de jovens, o 7° BIB se reveste hoje de uma importância econômica significativa, constituindo-se no segundo maior orçamento público de toda a região. E a profissionalização das Forças Armadas poderá elevar ainda mais a importância econômica da unidade militar em Santa Cruz do Sul.
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A história já carimbou e sacramentou esta simbiose: somos (Santa Cruz do Sul, região e Exército) um Batalhão de valorosos cidadãos que prezam a vida, o trabalho, a honra.
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