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Espírito natalino expresso na arte com peças manuais

Ressignificar é um processo importante quando se fala, de modo geral, sobre a vida. Dar um novo sentido, um novo propósito, um novo entendimento, um novo significado para aquilo que ocorre. Esse exercício não se aplica apenas ao que é subjetivo, mas também àquilo que é palpável, como, por exemplo, os materiais brutos, rústicos, envelhecidos. Isso pode ser associado aos trabalhos manuais, para os quais muito se utiliza a imaginação nos processos criativos. Esses, aliás, são igualmente mutáveis e passíveis de transformação.

É justamente essa possibilidade de ressignificar e fazer adaptações, através da arte, que levou Alissandra Pereira Rodrigues, 50 anos, de Vera Cruz, publicitária por formação, a se dedicar aos trabalhos manuais e ao seu ateliê, conciliando com outras demandas de criação publicitária. Com sua mãe, a costureira Maria Angélica, ela aprendeu a gostar de desenvolver peças manuais, tanto de artesanato quanto de decoração.

Foi da parceria entre mãe e filha que surgiu o ateliê “As Marias – Arte em Madeira e Cimento”, que hoje se diferencia por oferecer peças desenvolvidas com dedicação, especialmente elaboradas em momentos de harmonia e inspiração. “Por isso, as peças manuais carregam e transmitem sentimentos”, conta Alissandra.

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Para colocar em prática suas criações, ela emprega basicamente cimento e madeira. São esses produtos que, hoje, identificam a sua forma de trabalho. Conta que, embora tenha feito alguns cursos na área ao longo dos anos, como o de pintura em tecido e em MDF, seu processo de criar mudou muito até alcançar sua própria identidade, ou seja, até definir sua linha de trabalho, bem como os objetos com os quais realmente se identifica.

Nos últimos sete ou oito anos, Alissandra tem trabalhado com materiais rústicos e que se caracterizam por suas imperfeições. “Isso diz muito sobre a nossa vida e as fases que passamos, sobre as nossas transformações, sobre as imperfeições que também enfrentamos e ultrapassamos”, comenta. Observa que o processo de ressignificação também é levado em conta na hora de selecionar os materiais e confeccionar os produtos.

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“É importante a gente olhar o que está em nossa volta e perceber que as coisas podem ter um novo sentido, um novo uso. É olhar para os materiais e ver que melhoraram com o tempo, com o passar dos anos, como a madeira, por exemplo”, acrescenta Alissandra.

Hoje, o carro-chefe do ateliê são as peças produzidas em cimento. “Utilizo o cimento branco, cuja aplicação pode ser interna, externa ou molhada. Depois de pronto e do processo de secagem e cura, é feito o acabamento com resina selante, dependendo da peça”, explica.

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Nessa linha de produtos, as principais características das peças são o aspecto mais polido, com acabamento e um retoque de sofisticação. Com relação às madeiras, ela utiliza tanto as antigas, comercializadas em antiquários, quanto as de demolição e as nobres. Essa última, só adquire em lugares que possuem certificação adequada.

Autodidata, Alissandra gosta de aprender e testar materiais. Foi assim, experimentando e arriscando, que conseguiu desenvolver a combinação ideal para produzir suas peças com qualidade e resistência. “A utilização desses materiais evita, também, o desperdício. Dá para aproveitar, por exemplo, potes ou embalagens vazias para utilizar como molde.”

Outro ponto mencionado, com relação aos itens escolhidos, é a resistência. “Muito mais do que a possibilidade de dar uma nova finalidade, o cimento e a madeira também se destacam por sua resistência, e é isso que a gente também precisa levar para a vida”, pondera, citando o espírito das comemorações natalinas.

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Homenagem a todas as Marias

Embora o ateliê tenha iniciado com Alissandra e sua mãe, Maria Angélica, o nome As Marias foi escolhido como forma de homenagear as mulheres da família, entre elas sua avó materna, Maria da Luz, falecida com mais de 100 anos. Além disso, considera uma forma de homenagear todas as demais empreendedoras e colegas do segmento. “Quando participo de feiras com outras expositoras e artesãs, de certo modo elas também são contempladas com ‘As Marias’ porque todas nós estamos ali, juntas, sendo representadas, embora cada uma tenha sua própria marca definida”, conta.

E a criatividade de Alissandra não se resume aos produtos que se originam a partir do cimento e da madeira. Ela também desenvolve todo o material gráfico do ateliê e gosta de mesclar produtos. Enfeites como árvores de Natal e anjos, botinhas, guirlandas, móbiles, presépios foram a lista diversa de itens disponíveis e que irão enfeitar muitos ambientes neste fim de ano.

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Ricardo Gais

Natural de Quarta Linha Nova Baixa, interior de Santa Cruz do Sul, Ricardo Luís Gais tem 26 anos. Antes de trabalhar na cidade, ajudou na colheita do tabaco da família. Seu primeiro emprego foi como recepcionista no Soder Hotel (2016-2019). Depois atuou como repositor de supermercado no Super Alegria (2019-2020). Entrou no ramo da comunicação em 2020. Em 2021, recebeu o prêmio Adjori/RS de Jornalismo - Menção Honrosa terceiro lugar - na categoria reportagem. Desde março de 2023, atua como jornalista multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, em Santa Cruz. Ricardo concluiu o Ensino Médio na Escola Estadual Ernesto Alves de Oliveira (2016) e ingressou no curso de Jornalismo em 2017/02 na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Em 2022, migrou para o curso de Jornalismo EAD, no Centro Universitário Internacional (Uninter). A previsão de conclusão do curso é para o primeiro semestre de 2025.

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