Aos 17 anos (1967), consegui o meu primeiro emprego no Sindicato dos Comerciários, com a ajuda do meu irmão Cláudio, que era da diretoria da entidade. O Cláudio trabalhava na seção de peças da A. Caspary, cuja sede se situava na Ramiro Barcelos, defronte à Gazeta (hoje fica localizado um posto de gasolina).
A minha primeira função no sindicato foi de cobrador das mensalidades dos associados e do seguro de vida, apólice esta vinculada à entidade e extensiva aos comerciários que trabalhavam nas lojas de Santa Cruz.
O seguro de vida da entidade iniciou em 1964, vinculada à Companhia Seguradora Brasileira e que mais tarde foi incorporada pela Itaú Seguradora. Realizava estas cobranças de lambreta, deslocando-me por todos os bairros da cidade. Fazia muitos contatos diariamente. Tornei-me muito conhecido entre os comerciários.
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A Itaú Seguradora mantinha a sua própria equipe de vendedores. Deslocavam-se para o interior para executar o trabalho junto às empresas que mantinham o seguro de vida. Faziam o aumento de capital dos segurados antigos e vendiam para os funcionários que ainda não possuíam o seguro.
O seu Renato Melchiors, presidente, pedia para que eu acompanhasse os vendedores da Itaú em suas visitas às lojas comerciais. Solicitava que eu ficasse atento e não permitisse que houvesse qualquer fraude no preenchimento das propostas. Explico: teve um vendedor que alterou os valores dos segurados de uma empresa para o máximo da tabela.
No mês seguinte, estranhei que todos os funcionários daquela empresa pagariam valores elevados, incompatíveis com seu salário. Mesmo em dúvida, remeti os recibos para o setor pessoal da empresa. Houve uma revolta geral dos funcionários. Com este desconto exorbitante, faltaria dinheiro para o rancho e outras despesas. Aconteceu no fim do expediente de sexta-feira.
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Na segunda, estava devolvendo o dinheiro para os operários da fábrica. Expliquei o uso da má fé do vendedor e consegui adequar os seguros para aquele valor que realmente tinha combinado com o larápio de Porto Alegre.
Um dos agenciadores da Itaú era o Clódio Bitencourt, ótimo vendedor e de confiança do seu Renato, presidente da entidade.
O Bitencourt, de tanto vir à Santa Cruz, namorou a Rejane Kirst, casou e criou vínculos na cidade. Mais tarde fundou a sua própria corretora.
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Além desse emprego, paralelamente, trabalhava de secretário do Cemitério Católico e nos finais de semana, acompanhava os empregados do Sindicato dos Trabalhadores Rurais para o interior. Coletávamos o histórico familiar, seus bens e suas atividades agrícolas e sua criação de animais para depois transcrever os dados às Declarações de Renda dos colonos.
Uma das perguntas causava confusão: “Qual seu regime de casamento?”. Respondiam: “duas a três vezes por semana.”
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