As bicicletas, no passado, eram o sonho de consumo da gurizada. E quem ganhava a sua, tinha um brinquedo de valor inestimável.
O leitor Emigdio Engelmann lembra que ele e os amigos Bruno Heidrich, Júnior, Sílvio Schuck, Luiz Heidrich, Jorge Kämpf, Carlos Kraether, Adalberto Schoenninger e outros costumavam andar pelo Centro, nas praças e em volta da Catedral.
Mas havia grupos que faziam passeios aos balneários de Rio Pardinho, Sinimbu, Rio Pardo e Candelária. Muitos também pedalavam até o Balneário Engelmann (Sinimbu). No inverno, os percursos eram pelo interior, para comer bergamotas.
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Na cidade, as espichadas eram até a Praia dos Folgados e locais de banho que existiam nos arroios da zona urbana. Depois da retirada dos trilhos da Viação Férrea, o que hoje é a Avenida Paul Harris tornouse uma pista perfeita para os ciclistas. Ela era plana e os resíduos de carvão deixados pelo trem transformaram o trecho em uma ciclovia.
As bicicletas não tinham a sofisticação das atuais. O conforto era um banco com capa estofada e pneu balão. As marcas mais conhecidas eram Goerick, Monark e Odomo. Para as garotas, havia um modelo sem varão (cano) e, geralmente, com uma cestinha presa ao guidon.
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A circulação por ruas e estradas com muito cascalho, podiam render quedas graves. E ninguém saía para um passeio mais longo sem levar bomba de encher pneu e alguma chave de roda. Os ciclistas não se preocupavam com acessórios como capacetes, tênis e roupas de marcas. Pedalava-se de calção, chinelo, guides ou até de blusão e calça social.
Em Santa Cruz havia várias lojas que vendiam bicicletas, entre elas Maileander, Zimmer-Goettert e Landeswattter. Ali também era possível comprar alguns acessórios como buzina (corneta ou campanhia), farol acionado por dínamo, olho de gato, espelho retrovisor, adorno de pedal, decalques e outros enfeites.
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