O melhor momento para as compras de fim de ano

Estamos a pouco mais de dois meses do fim de 2021. Embora continuem algumas restrições para uma vida normal, o que inclui a exigência de “passaporte” de vacinação para frequentar eventos, que muita gente contesta, parece que, neste ano, a passagem para o ano novo vai ser melhor, pelo menos se comparada à anterior.

Faz parte das tradições da proximidade  de todo fim de ano o planejamento, além de outras providências, como as compras de presentes para familiares, amigos secretos e até mesmo para uso pessoal. É o momento, também, de comprar móveis, eletroeletrônicos etc. para a casa. Enfim, de alguma maneira, as pessoas procuram renovar a si mesmas e os ambientes. Mas, qual seria o melhor momento para essas compras?

Um dos problemas que a maioria já se deu conta e está sentindo no bolso é a inflação que encarece os produtos cada vez mais. Hoje, praticamente todos os produtos estão tendo os preços aumentados, a começar pelos alimentos, passando pelos combustíveis, energia elétrica, gás de cozinha, moradia, transportes, até chegar a itens supérfluos. Sem contar, ainda, a inflação disfarçada, quando o consumidor paga o mesmo preço por um produto, mas leva menos quantidade ou menor peso.

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Outro problema que, talvez, muita gente ainda não tomou conhecimento é a possível escassez de produtos neste fim de ano. É um problema não só brasileiro, mas mundial. Durante a pandemia de Covid-19, milhares de indústrias paralisaram ou reduziram as atividades para tentar conter o contágio da doença. Não foi simplesmente uma política autoritária do “Fique em casa”, como muita gente, inclusive autoridades contrárias à determinação, insistem em repetir, mas uma forma comprovada de conter as internações e mortes que estavam se alastrando mundo afora.

Além disso, muitas empresas, com o objetivo de reduzir custos com estoques parados e desperdício de matéria prima, trabalham com estoques mínimos – a metodologia do just in time. Com a retomada das atividades em vários países ao mesmo tempo, há uma grande demanda de insumos, peças e produtos prontos, principalmente de eletroeletrônicos, que os fornecedores não tem conseguido atender, o que tem causado problemas para fabricantes que ficam com produtos inacabados, por falta de semicondutores, por exemplo.

Para piorar a situação, navios com mercadorias, ancorados em vários portos do mundo, por não conseguirem descarregar, e falta de contêineres (milhares deles presos em portos), também estão gerando falta de produtos nos mercados, com o inevitável aumento de custos. De olho nas dificuldades de entrega, muitos importadores e grandes varejistas anteciparam as compras, pagando fretes com aumentos de 400% ou mais. Se antes da pandemia o valor do frete de um contêiner custava, no máximo, US$ 2 mil (pouco mais de R$ 11 mil), atualmente  está em US$ 10 mil (cerca de R$ 55 mil). Obviamente, esses custos todos vão ser repassados ao preço final, pago pelo consumidor. Os televisores de tela fina, por exemplo, já acumularam alta de mais de 30%.

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Neste ambiente de possível escassez de produtos e preços reajustados, junta-se o aumento de juros para formar a tempestade perfeita. Segundo o diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, “o Banco Central irá continuar a elevar os juros enquanto a inflação continuar alta. Não há chance de o BC deixar a inflação sair do controle”. Por isso, o consumidor deve se programar para as compras de fim de ano. Para Maurício Takahashi, professor de Finanças da Universidade Presbiteriana Mackenzie, e Antônio Sá, professor de Pós-Graduação em Inteligência de Mercado, os consumidores deveriam planejar-se da seguinte forma:

  • em setembro: iniciar o planejamento do que comprar – para a casa, para os familiares, colegas, amigos e para si mesmos; guardar um pouco de dinheiro para as compras; visitar lojas e consultar sites que vendem artigos que lhes interesse;
  • em outubro e novembro: se ainda não fez, observar as sugestões para o mês de setembro; aproveitar as ofertas da Black Friday para antecipar alguma compra;
  • em dezembro: é o mês das pessoas que preferem deixar as compras para a última hora e estão preparadas para enfrentar trânsito, lojas cheias, menos ofertas, mas, talvez, com mais dinheiro no bolso (parte ou todo do 13º salário ou o valor de algum bônus).

O fato é que as compras de Natal e fim de ano não podem ser considerados apenas um evento. Na verdade, constituem um processo que envolve uma série de questões: a quem presentear, o quanto gastar, o que escolher. É importante, também, pesquisar o que a pessoa realmente deseja ou precisa, para o presente ser, de fato, útil. Por fim, como diz Reinaldo Domingos, PhD em educação financeira e criador da DSOP Educação Financeira, além de outras atividades, “é hora de ter juízo: não só saber para onde o dinheiro vai, no presente e em presentes, mas também para onde ele irá no futuro”, no que um bom planejamento é fundamental.

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Heloísa Corrêa

Heloisa Corrêa nasceu em 9 de junho de 1993, em Candelária, no Rio Grande do Sul. Tem formação técnica em magistério e graduação em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Trabalha em redações jornalísticas desde 2013, passando por cargos como estagiária, repórter e coordenadora de redação. Entre 2018 e 2019, teve experiência com Marketing de Conteúdo. Desde 2021, trabalha na Gazeta Grupo de Comunicações, com foco no Portal Gaz. Nessa unidade, desde fevereiro de 2023, atua como editora-executiva.

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