Ainda não existe o melhor medicamento para tratamento da depressão. Apesar de todo avanço tecnológico que tivemos nas últimas décadas, não foi inventado um antidepressivo que contemple todas as dimensões de um complexo problema de saúde, que seja efetivo e não tenha efeitos colaterais.
A depressão apresenta uma porção de sintomas que vão além da tristeza. Irritação, perda de prazer, alterações de sono e alimentação, perda de libido e potência sexual, sensibilidade aumentada à dor, falta de concentração, dificuldade de tomar decisões, piora da memória, sentimentos de inutilidade e por vezes ideação suicida atrapalham o funcionamento da pessoa e agregam um sofrimento difícil de suportar.
Um bom tratamento deve buscar eliminar todos os sintomas. Pela quantidade deles, dá para entender por que dificilmente um medicamento apenas daria conta de todo recado. E ainda mais sem efeitos colaterais. Então, até esse remédio fabuloso aparecer, teremos que continuar associando uma combinação de medicamentos e intervenções psicossociais, como psicoterapia e atividade física.
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Os antidepressivos são muito diferentes entre si. Cada um tem ações e especificações diferentes. Cabe ao médico psiquiatra escolher, quando for indicado o uso em casos de depressão moderada em diante, o melhor tratamento medicamentoso para a pessoa que está sentada a sua frente. Como disse anteriormente, é possível que seja uma combinação deles.
A escolha desses medicamentos depende da capacidade do profissional em estabelecer o diagnóstico e avaliar que tipo de sintomas o paciente tem. Infelizmente não tem mágica ou bola de cristal: na maioria das vezes é tentativa e erro. Como cada pessoa tem uma genética e suas peculiaridades metabólicas, nem sempre a medicação age do mesmo jeito em pessoas diferentes. É bastante comum que as pessoas também apresentem efeitos colaterais diferentes entre si com os mesmos medicamentos. Hoje há mapeamento genético para saber a quais medicamentos a pessoa responde melhor, mas eles ainda são muito caros pelo retorno que oferecem.
Normalmente, os antidepressivos levam três semanas para fazer efeito e precisam ser usados em doses adequadas. Dependendo do quadro, na maior dose que o paciente aguentar. A busca pela melhora de todos os sintomas da depressão não é um capricho do profissional. Sintomas depressivos residuais aumentam muito a chance de recaída, principalmente a alteração de sono, apetite e sexo. Essas disfunções fisiológicas atrapalham muito a vida da pessoa que as tem. Todos os antidepressivos que estão no mercado funcionam. Dos mais antigos aos mais modernos, sendo estes com menos efeitos colaterais. Ainda não temos o remédio perfeito, mas existem vários estudos promissores. É esperar para ver.
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