Desde a identificação do problema, ainda em solo chinês, e a notificação pública – pela Organização Mundial da Saúde-OMS – de que estávamos diante de uma pandemia, transcorreu um conturbado debate mundial.
Recuperadas as memórias de enfermidades graves do passado, e por analogia, prosperaram modos tradicionais para prevenção sanitária e tratamento do vírus.
Mas, concomitantemente, também surgiram várias pregações médico-sanitárias divergentes acerca das possíveis e adequadas providências individuais e coletivas.
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Mais frequentes no decurso do tempo, essas hipóteses passaram a ser objeto de politização, de ideologização e, inevitavelmente, de “caça às bruxas”. “Sem comprovação científica!”, o mantra e a resposta que se lhes atribuía, com ironia e desdém.
Logo, sem que saibamos com precisão o que passa a ser ação, reação, ou o que é consequência de ambas, em moto-contínuo neurótico, inúmeros e polêmicos procedimentos determinados por governos e comunidades científicas locais e internacionais “alimentam” a confusão.
Não à toa, quantas vezes ouvimos falas inconsistentes em torno da “curva, da projeção do pico, do pior já passou, do abre e fecha, do aglomera aceitável, de medicamentos e procedimentos, a segunda onda, a grande onda, o festival gaúcho de bandeiras”, etc.? Ou, pasmem, as falas da OMS, desde o princípio e a cada dia com menos convicções e mais e mais dúvidas?
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Embora verdadeira a ação da moléstia, a reação das autoridades estatais e científicas, entretanto, é insuficientemente clara, qualificada e uníssona, o que explica a propagação do medo como antídoto imediato.
Alicerces sociais e tradicionais, a exemplo de meios de comunicação, universidades, centros científicos, entre outros, foram contaminados paulatinamente pelos jogos de vaidade, interesses e poder. Pior: como se uma religião fosse, a ciência resultou dogmatizada!
Ouso dizer que duvido que um dia saibamos com exatidão o que foi feito, o que poderia ter sido feito, o que não deveria ter sido feito. Sejam quais forem as respostas possíveis e prováveis, uma é indiscutível: o medo venceu.
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O futuro dirá se seremos capazes de restaurar os sentimentos coletivos de coragem e de esperança, neste momento ambos cruelmente desidratados pelo poder do medo!
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