Dos três planos que o bispo dom Gílio Felício tem agora que o pedido de renúncia da Diocese de Bagé foi aceito, um deles – o mais provável a ser seguido pelo religioso – é retornar para Santa Cruz do Sul. Ele viveu no município durante parte da infância e da adolescência, onde deu início à vida dedicada ao catolicismo. Foi na Catedral São João Batista, inclusive, que ele ganhou a ordem sacerdotal, aos 29 anos. Hoje com 68, pretende continuar na missão religiosa, mas também cuidar da saúde. Afinal, “isso é um preceito bíblico também”, disse, em entrevista à Rádio Gazeta na manhã desta quinta-feira, 7.
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O pedido de renúncia foi feito há cerca de meio ano ao representante do papa no Brasil, e o Chefe de Estado do Vaticano concedeu a renúncia nessa quarta-feira, 6, quando dom Gílio também foi nomeado bispo emérito. “Faz alguns anos que fiz uma tireoidectomia total [retirada da glândula tireoide]. Depois de oito anos da cirurgia, algumas dificuldades de saúde começam a aparecer. Aparentemente estou bem, mas sempre temeroso em relação a alguma consequência”, justifica o católico. De acordo com o bispo, médicos o alertaram que alguns órgãos vitais sofreram significativamente com a ausência da tireoide. “A medicação, às vezes, pode falhar.”
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Ele vai continuar à frente da Diocese de Bagé até que seja escolhido um novo administrador. Depois disso, vai decidir se continua no município da Campanha, se retorna a Santa Cruz ou a Salvador, na Bahia. Os três municípios fazem parte da trajetória religiosa de dom Gílio. Ele morava em Santa Cruz quando foi nomeado pelo Papa João Paulo II, em 1998, bispo auxiliar da Arquidiocese do município baiano, onde permaneceu por cinco anos, até que o mesmo papa o nomeasse bispo da Diocese de Bagé. “Estive conversando com o sacerdote bispo emérito dom Paulo de Conto, e ele acha que seria interessante eu ficar em Santa Cruz. O mais provável é que eu vá”, afirmou dom Gílio.
Independente do local para onde ele decida ir, mesmo que não esteja à frente da administração de uma comunidade católica, continuará na vida religiosa, como ele disse, “não para governar uma diocese, mas para contribuir, porque o ministério sacramental do bispo não cessa.” Ele continuará exercendo a missão de uma forma mais tranquila, sem a exigência que a direção que uma família diocesana demanda. “Posso ordenar outros sacerdotes e presidir a celebração de todos os sacramentos, como crisma, casamento e batismo”, exemplificou.
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