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PROTAGONISMO

O Kiko de Pinheiral e o Mano de Passo do Sobrado

Pedro Henrique corre em direção ao treinador Mano Menezes na comemoração de um dos gols que fez pelo Internacional neste ano

Uma parceria com a marca do Vale do Rio Pardo teve contribuição decisiva, fundamental, para que o Internacional assegurasse a posição de segundo melhor time do Campeonato Brasileiro em 2022, tendo sido superado apenas pelo campeão Palmeiras. E para que, por extensão, garantisse vaga direta à fase de grupos da Libertadores da América de 2023.

E é uma parceria forjada praticamente respirando os mesmos ares de origem. Afinal, menos de 14 quilômetros separam, primeiro pela RS-405, depois seguindo pela RSC-287, a sede de Passo do Sobrado, na qual nasceu o treinador Mano Menezes, da localidade de Linha Pinheiral, em Santa Cruz do Sul, onde cresceu, desde a mais tenra infância, o atacante Pedro Henrique, o goleador da camisa 28, autor de oito importantes gols nas 26 partidas em que atuou neste ano.

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Em linha reta, menos de 10 quilômetros separam Pinheiral, cortada pela 287, da sede de Passo do Sobrado. Nesta, Luiz Antônio Venker Menezes nasceu em 11 de junho de 1962, numa época em que a localidade ainda pertencia a Rio Pardo, mas recebia também influência de Venâncio Aires e, claro, da vizinha Santa Cruz. Inclinado para o futebol, atuou no Guarani de Venâncio Aires como zagueiro, na reta final da década de 1980. E logo mais ingressou no curso de Educação Física na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), momento a partir do qual firmou seus vínculos com Santa Cruz, cidade na qual inclusive fixou moradia, com estrutura que permanece assim até os dias atuais. Foi em 1997 que finalmente deu os primeiros passos na carreira de treinador, justamente no Guarani de Venâncio, onde ficou até 1999.

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Passou por vários clubes até chegar ao Caxias, em 2004. E então recebeu a primeira grande oportunidade, tendo sido contratado pelo Grêmio. Liderou a carreira que, em 2005, trouxe o clube de volta da série B para a A, na antológica Batalha dos Aflitos, em vitória por um a zero contra o Náutico, gol de Anderson, com apenas sete jogadores em campo. Em 2006, levou o Grêmio ao terceiro lugar no Brasileirão, e no ano seguinte ao vice-campeonato da Libertadores.

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Quando Mano Menezes estreou como técnico, Pedro Henrique Konzen Medina da Silva chegava aos 7 anos. Mano completava 28 em 11 de junho de 1990; cinco dias depois, naquele mês e ano, nascia Pedro Henrique. Na verdade, nasceu em Novo Hamburgo, onde se fixara sua mãe, a santa-cruzense Dulce Maria, que se casara com Pedro Medina da Silva.

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Logo após, a relação acabou. Ainda menininho, Pedro Henrique veio morar com a família do irmão de sua mãe, Edgar Pedro Konzen, conhecido como Neka, em Pinheiral, terra natal dela. Ali viria a ser conhecido como Kiko, ainda na infância. Aos 6 anos, perdeu a mãe. Desde então Neka e sua esposa, Áurea, assumiram sua criação, como filho adotivo, numa relação sempre marcada por muito carinho e estima mútua, torcida que se estendeu ao longo de toda a vida de Kiko, e mais ainda em sua carreira no futebol. “Ele é um legítimo e orgulhoso santa-cruzense”, define Neka.

Afinidade

Em abril de 2022, a carreira do Mano de Passo do Sobrado e do Kiko de Pinheiral se cruzaria no Inter. Pedro Henrique, projetando-se no futebol, cumpria carreira internacional (com perdão pelo trocadilho) antes de ser contratado pelo… Internacional de Porto Alegre. Chegou em abril, no dia 12, ainda como reforço para o então treinador Alexander Medina. Quis o destino que nem viesse a interagir com esse técnico, desligado naquela semana, em meio a insucessos pela Copa Sul-Americana após empate com o humilde Guaireña, do Paraguai, em pleno Beira-Rio, na noite de 14 de abril.

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Mano foi anunciado como novo treinador no Beira-Rio no dia 19, e após passagem por inúmeros clubes expressivos, como Corinthians, Flamengo, Cruzeiro e Palmeiras, além de sucessos no exterior e, claro, pela Seleção Brasileira, entre 2010 e 2012. No grupo que encontraria, e com o qual passaria a trabalhar, estava o santa-cruzense Pedro Henrique, seu quase vizinho de ambiente de origem.

E, juntos, numa evidência de sintonia e de afinidade, contribuiriam, um como comandante e outro como atacante, para uma campanha de superação do time no Brasileiro. Se iniciava a competição sem maiores aspirações, o Inter de Mano e de Kiko concluiu o ano com horizonte alvissareiro para 2023: afinal, tem uma América inteira esperando por ambos e por seus companheiros

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