No estilo Donald Trump de comunicação, polêmico, arredio e irresponsável, desde a sua ascensão à presidência, Bolsonaro tem produzido mais argumentos em prol de sua óbvia e imediata oposição do que os próprios seriam capazes de realizar e argumentar.
Ao insistir na prática divisionista social e política (comunismo, religião, costumes, nós contra eles, etc.), em igual estilo de governo anterior e atualmente praticado (divisão entre brancos e negros, sulistas e nortistas, ricos e pobres, héteros e não héteros, eles contra nós, etc.), semeou e plantou a própria desgraça.
Afinal, o desgaste pessoal natural e progressivo era óbvio, notadamente pelo incansável esforço – inclusive familiar – em polemizar nas redes sociais por motivos absolutamente insignificantes e menores do que sua então agenda de governo. Os adversários não deixariam de aproveitar as discussões estéreis e os vacilos públicos!
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E “a cereja no bolo” dessa insana mobilização popular, não importam a natureza dos argumentos difundidos e das suspeitas sugeridas (urnas fraudadas, eleições roubadas, abusos do STF (muitos verdadeiros!), etc.), consolidou-se com os acampamentos em frente aos quartéis.
A inocência e a primariedade dos atos de mobilização e de concentração popular resultaram num misto de comoção e incredulidade, haja vista a evidente irracionalidade em curso e a incompreensão das infrações legais exercitadas e propostas.
O que começou equivocado produziu um cômico e patético desfile de personagens e atitudes teatrais que resultaram em “memes”, vídeos, fotos e reportagens, que, consequentemente, esvaziaram e ridicularizaram os argumentos mobilizatórios.
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Mas como tudo pode piorar, o “cercadinho” do presidente Bolsonaro foi além do popular e arregimentou personagens institucionais no afã de criar um conjunto de narrativas e circunstâncias que lhe favorecessem na perspectiva de uma continuidade de poder. Ainda que às avessas!
Em resumo, quando os conselheiros presidenciais se comportam como revolucionários de centro acadêmico e de mesa de botequim, em modo ópera bufa, é como se estivéssemos vendo O Incrível Exército de Brancaleone.
Sátira do cinema italiano (1966), esse filme retrata um cavaleiro medieval que lidera um pequeno e esfarrapado exército em busca de um feudo. Em Portugal, o filme foi intitulado como “O Capitão Brancaleone”.
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A sinopse dizia o seguinte: A ingenuidade e a falta de coragem de Brancaleone e seu temido “exército” causam situações irônicas e humorísticas, enquanto o grupo de aventureiros mal equipados busca realizar sua missão!
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