Não tem jeito: veio a Páscoa e, apesar dos alertas de sempre para não deixar as compras para a última hora, teve gente em filas na véspera e frustrada por não encontrar bem aquilo que queria para a data. É sempre assim e não é exclusividade dos brasileiros. Vamos postergando e, no fim, é aquele corre-corre, com atropelos e desespero para achar o produto desejado. E isso se estende a outros aspectos, como pagamento de IPTU, IPVA e outros. Às vezes, é falta de tempo mesmo, mas em outras é aquele “costume” de deixar tudo para a última hora.
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O dicionário define o verbo procrastinar como a ação de deixar tarefas para mais tarde ou para outro dia. Por mais organizado e responsável que qualquer um de nós seja, esse termo faz parte de nossas vidas. Atire a primeira pedra quem nunca adiou algo e depois se viu em apuros para conseguir fazê-lo em tempo. Agora mesmo, uma semana antes da Páscoa, vi em uma loja o presente que queria comprar. Como ainda faltavam alguns dias para a data, adiei a compra. Resultado: quando voltei lá, mais próximo à data, não havia mais o produto, tive que optar por outro e ainda parei na fila do caixa.
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E aquelas tarefas de aula ou os afazeres no trabalho, quem nunca procrastinou e depois passou uma noite em claro para a conclusão em tempo? Ou aquela continha, de que vamos adiando o pagamento e, no dia do vencimento, nos desesperamos com a fila no banco? Esse padrão de comportamento já foi tema de alguns estudos científicos. Em sua dissertação de mestrado “Consequências negativas da procrastinação acadêmica: construção de um instrumento e evidências de validade”, a doutorando em Psicologia em 2019 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Gabriela Ballardin Geara, mostrou que 82% dos universitários entrevistados admitiram procrastinar tarefas acadêmicas com alguma frequência.
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A pesquisadora, em sua descrição científica, diz que a psicologia, de modo geral, define a procrastinação como uma falha no processo de autorregulação, ou seja, “é uma falha que ocorre quando tentamos nos organizar para fazer algo”. Desta forma, quase sempre é uma má gestão do tempo. No ritmo de vida em que vivemos, colocamos geralmente como prioridade a realização do que avaliamos como mais urgente. Isso acontece em diversos outros campos e afeta até mesmo a realização de importantes decisões de impacto coletivo.
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Para a alegria dos que têm o hábito de resolver as coisas aos 45 minutos do segundo tempo sem saber quanto o juiz vai dar de acréscimo, o psicólogo e escritor americano Adam Grant diz que esse tempo que “perdemos” ao procrastinar é uma forma de recarregar nosso lado mais criativo. Para ele, pessoas criativas são as mais procrastinadoras. Mas, aqui entre nós, é bom pensar desde já que, depois da passagem do coelho da Páscoa, nos próximos dias tem o IPTU para pagar, a declaração do Imposto de Renda a fazer e o Dia das Mães. E assim o ano vai indo a galope. Se procrastinarmos muito, corremos o risco de sermos atropelados pelo ano sem tê-lo aproveitado de forma conveniente.
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