O advogado Brizola Filho, representante de dois dos integrantes do grupo de Santa Cruz que foram detidos em Brasília, afirmou nessa terça-feira, 17, que há provas de que a caravana chegou à Capital Federal após as invasões aos prédios dos Três Poderes no último dia 8 – e, portanto, não participou dos atos de vandalismo. Ele disse, no entanto, que é provável que todos venham a responder criminalmente.
Conforme revelado pela Gazeta do Sul na terça-feira, um ônibus com 29 apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) partiu de Santa Cruz na noite de sexta-feira, antevéspera dos ataques. Destes, 12 estão presos, segundo a última relação divulgada pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal – três mulheres e nove homens.
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Todos os integrantes da caravana chegaram a ser detidos. Segundo o advogado, porém, as detenções ocorreram na manhã do dia 9, quando o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, onde eles teriam passado a noite, foi desocupado por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. “Elas foram levadas para o ginásio (da Academia Nacional da Polícia Federal) e lá o delegado fez a opção de prender algumas e de soltar outras”, disse.
Conforme Brizola, diversos documentos coletados, incluindo o relatório do tacógrafo do ônibus e recibos de pedágio e refeições, são capazes de provar que o grupo chegou a Brasília apenas no fim da tarde do dia 8 – a invasão começou por volta das 14h45. “O grupo chegou após os ataques. Isso eu posso cravar”, disse.
A detenção das pessoas que estavam no acampamento se deu sob alegação de risco de novas invasões. Questionado sobre por que algumas pessoas foram presas enquanto as demais foram liberadas, Brizola afirmou que isso se deve à atuação das defesas. “O trabalho dos advogados foi feito para demonstrar que essas pessoas estavam querendo se manifestar pacificamente. Para alguns, a argumentação foi levada em consideração. Mas houve uma troca de turno de delegados e agentes e, após um dado momento, ninguém mais foi ouvido e as pessoas permaneceram presas, independentemente dos motivos”, comentou.
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Ao todo, mais de 1,3 mil pessoas estão presas. De acordo com Brizola Filho, na maior parte dos casos, as prisões estão sendo mantidas após as audiências de custódia, que foram delegadas a juízes federais de primeira instância. “Essas audiências vêm ocorrendo de maneira meramente protocolar. Ninguém está sendo solto, os argumentos não estão sendo levados em consideração”, disse. Ele acredita que outros integrantes do grupo podem vir a ser soltos após a análise do STF, que decidirá sobre a manutenção das prisões.
Conforme o advogado, no entanto, mesmo que as pessoas sejam soltas agora, não se pode descartar novos mandados de prisão contra elas. Além disso, tudo indica que elas serão denunciadas à Justiça futuramente. “Tenho quase certeza de que todas as pessoas que estão listadas no ônibus irão responder a um processo criminal”, disse.
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