Há exatos 199 anos, em 25 de julho de 1824, um grupo de famílias alemãs desembarcava às margens do Rio dos Sinos, no local da atual São Leopoldo, a fim de iniciar naquele ambiente uma colônia, ocupando, cada uma, pequenas áreas de terra, que cultivariam. Aquele acontecimento alteraria para sempre a realidade social, cultural, econômica, religiosa e artística, entre tantas outras áreas, do Rio Grande do Sul e do próprio Brasil.
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Nos anos seguintes, à medida que novos grupos chegavam ao mesmo destino e, posteriormente, a várias outras colônias estabelecidas em vales da área central e do litoral do Estado, a influência do modo de ser, produzir e viver dos germânicos e de seus descendentes teria influência sobre inúmeros setores. Um deles, de imediato, foi o modelo de produção agrícola, em minifúndios diversificados, com a venda de excedentes que abasteciam os núcleos urbanos e logo fariam surgir indústrias de transformação, com forte agregação de valor.
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Desse modo, em poucos anos, e beneficiando-se da proximidade com a capital, Porto Alegre, São Leopoldo muito rapidamente se desenvolveu. A partir dela, novas colônias foram surgindo, tanto em direção à Serra quanto ao Vale do Taquari. Um quarto de século após a chegada a São Leopoldo, as primeiras famílias também se instalavam na Colônia Santa Cruz.
Logo começaram a ser construídas as primeiras picadas e estradas, do que se encarregavam os próprios colonos. E igualmente se encarregavam de construir escolas, igrejas (entre eles havia muitos luteranos, introduzindo, assim, o protestantismo em terras brasileiras) e ambientes de lazer, com sociedades de canto, de dança, de leitura, de tiro ao alvo e de modalidades esportivas. Ao longo dos anos, ainda, e uma vez que tinham na língua alemã a sua via de comunicação com os moradores das demais colônias, criaram igualmente jornais e revistas, pelas quais se informavam reciprocamente de acontecimentos e saciavam a saudade de sua terra natal.
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Agora, quando o Brasil inicia a contagem regressiva para as comemorações, em 2024, do bicentenário do início oficial da colonização alemã de regiões gaúchas, as contribuições e o legado dos pioneiros são salientados. Ao longo das décadas, nos séculos 19 e 20, imigrantes de outras etnias (italianos, poloneses, russos, ucranianos, austríacos, belgas) vieram juntar-se a portugueses, açorianos, espanhóis e, naturalmente, negros africanos livres ou mesmo os emancipados da escravidão.
Todos juntos construíram o mosaico étnico, social, cultural, econômico e artístico da atualidade no Sul do Brasil. E, novamente juntos, deram uma contribuição fundamental para a independência e para o desenvolvimento do País.
Se as comemorações do Dia do Colono remetem à chegada dos pioneiros a São Leopoldo, um quarto de século depois destes as primeiras famílias de imigrantes alemães instalavam-se na atual Linha Santa Cruz, denominada de Alte Pikade (Picada Velha), desencadeando o povoamento da Colônia Santa Cruz, no interior do município de Rio Pardo, e mais ou menos num caminho que ligaria a sede deste aos campos de cima da serra. A partir da instalação dos primeiros imigrantes, em 19 de dezembro de 1849, a colonização em Santa Cruz do Sul já totaliza 174 anos.
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E, a exemplo do que ocorreu em São Leopoldo, e ainda em dezenas de outras comunidades formadas por alemães e por seus descendentes no território gaúcho e em outros estados, a Colônia Santa Cruz floresceu rapidamente. A sua economia, a par das dificuldades iniciais, se apoiava numa diversificada produção agrícola e de animais, como suínos, aves e gado de corte e de leite. Mas, principalmente, e logo com destaque, na produção de tabaco.
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