Uma das mais importantes lideranças públicas que o Vale do Rio Pardo já viu surgir tem sua vida e sua obra eternizadas em livro. Em evento para convidados, foi lançado nesse sábado, 4, o volume A vida é uma só: memórias de Guido Hoff, que detalha a história do ex-prefeito de Vera Cruz, por quatro gestões. A tarefa de pesquisa e de elaboração coube ao jornalista Pedro Garcia, que integra a equipe da Gazeta do Sul. A obra sai sob o selo da Editora Gazeta.

O lançamento constitui o ponto alto das celebrações dos 80 anos de seu Guido, que transcorrem neste sábado. Foi em 4 de fevereiro de 1943 que ele nasceu, terceiro filho do casal João Hoff III e Ana, residentes em Linha Floresta, a 13 quilômetros da Vila Teresa, então 2º distrito de Santa Cruz, e que já tinham os filhos Maria Germana e Sandino. Guido deixou o ambiente da família aos 11 anos para estudar no Seminário Seráfico São Francisco de Assis, em Taquari.

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Mas a vida religiosa não seria o destino de Guido. De volta a sua terra natal, tornou-se professor. Por sinal, a antiga Vila Teresa havia se emancipado, e agora se chamava Vera Cruz, instalada em 1959. Assumiu a escola Henrique Cândido Pritsch, em Linha Tapera. Depois passou a trabalhar na empresa Verafumos, e logo ingressou na política, elegendo-se vereador. Seis décadas após seu ingresso na política, e após quatro gestões como prefeito, seu Guido marcou seu nome na história de Vera Cruz, da região e do Estado por inúmeros feitos.

Foi amigo e aliado de expoentes como o ex-governador Jair Soares (que, aliás, assina o prefácio) e o ex-deputado Silverius Kist. Na vida pessoal, casou-se em abril de 1970 com Elpídia Pauli, e com ela teve os filhos Guido Júnior, Angelo e Cássio. Elpídia faleceu em setembro de 2011. Posteriormente, seu Guido se uniria a Laci Severo. Hoje é avô de Bernardo, Marina, Lívia e Joana.

Em agosto de 2020, na reta final de sua quarta gestão como prefeito, anunciou a aposentadoria na política. Mas não da condição de liderança, pois atualmente é o executivo da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco). E seu nome estaria para sempre firmado na história regional.

Sempre presente

São muitas as famílias vera-cruzenses das quais Guido Hoff é uma espécie de membro afetivo, por conta de vínculos construídos ao longo de anos. Ele, afinal, sempre está presente. Com ou sem cargo, é difícil não enxergá-lo em uma quermesse, apertando a mão de todos enquanto transita do português para o alemão. Já perdeu a conta de quantos casamentos e quantos funerais celebrou.

Assim é há 60 anos. Não há exagero em dizer que a história de Guido se confunde com a de Vera Cruz: foi quando a antiga Vila Teresa dava os seus primeiros passos enquanto comunidade autônoma que Guido deu os primeiros passos como homem público. De lá para cá, concorreu em nada menos do que nove eleições e foi decisivo em outras tantas. Acumulou seis mandatos e foi o responsável por lançar toda uma geração de políticos. Boa parte do desenvolvimento do município passou por sua caneta, da eletrificação rural às pavimentações de ruas centrais, do telefone automático à consolidação
do polo industrial.

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A história de Guido não é apenas a linha do tempo de um homem, mas também de uma região, de um estado e, por que não, de um país. Guido fez campanha quando os santinhos dos candidatos faziam as vezes de cédulas e eram depositados nas urnas e também no auge das mídias sociais e das fake news. Já era vereador quando o poder no país foi tomado pelos militares em 1964 e estava prefeito quando a pandemia da Covid-19 paralisou o planeta em 2020.

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