A antiga Igreja Matriz de Santa Cruz do Sul, que ficava no largo em frente à atual Catedral São João Batista, foi inaugurada em 1863. Em novembro de 1883, a torre passou por uma reforma. Como novidade, no alto da cruz de ferro que a ornamentava, foi colocado um galo de cobre. Combinado com a Rosa dos Ventos, ele indicava a direção dos ventos na cidade.
A peça artesanal foi confeccionada pelo funileiro Mathias Melchiors, a pedido do colono José Kluemper, que a doou para a matriz. A informação consta no Livro do Tombo da Freguesia de Santa Cruz, conforme pesquisa do falecido padre João Walter Giehl. Na época, o vigário era o jesuíta Augusto Lohmann.
Em 1940, quando a nova matriz (atual Catedral) estava pronta, a velha igreja acabou demolida e o galo dos ventos foi retirado. Não adiantava colocá-lo na nova torre, com 82 metros de altura, pois não seria visualizado. Com isso, ficou guardado na sacristia.
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Tempos depois, a peça centenária foi comprada por Patrick Joseph Fairon e instalada no telhado da sua residência, na Rua Marechal Floriano, esquina com a Ramiro Barcelos. Nos anos 80, foi retirada e guardada pela família.
A colocação de um galo metálico no alto das igrejas católica e luterana é uma tradição europeia que remonta à Idade Média. A ave era símbolo da vigilância, profeta do tempo, aquele que acordava antes de todos, até mesmo do sol. Os antigos acreditavam que o galo nas torres espantava os maus espíritos e protegia as cidades das calamidades.
Em localidades de maior poder aquisitivo, chegavam a disputar para ver quem tinha o galo mais bonito e até usavam metais nobres na fabricação. Em outras, utilizavam latão.
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No Museu do Colégio Mauá, está o galo de lata das igrejas das linhas Ferraz, São João, Dona Josefa, Andreas e Rio Pardinho. Ele foi fabricado em 1864. Na torre da Igreja Evangélica (IECLB) de Santa Cruz, na Rua Venâncio Aires, há um belo galo de bronze.
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