O galo do tempo

Quem passa pela Rua Venâncio Aires, esquina com a 7 de Setembro, sempre tem a atenção roubada pela magnífica Igreja Evangélica da IECLB, considerada a maior em estilo neoromântico na América do Sul. E quem olha para o alto, depara-se com o belíssimo galo do tempo (Wetterhahn) que adorna a torre.

O primeiro templo da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil situava-se na Rua Borges de Medeiros, esquina com a Tenente Coronel Brito, aberto aos cultos em 1866. Quando o espaço se tornou pequeno, a comunidade construiu uma nova igreja, na Rua Venâncio Aires. A obra, executada pela construtora Schütz & Hoelzel, de Santa Cruz, foi inaugurada em 30 de novembro de 1924.

Muitos objetos da antiga igreja foram recolocados no novo templo, entre eles o galo dos ventos. A instalação nas torres é uma tradição das igrejas luteranas e católicas e remonta à Idade Média. Diz a lenda que o galo, na parte mais alta da cidade, espantava os maus espíritos e a protegia das tempestades. Para os antigos, a ave também era símbolo da vigilância, pois acordava antes de todos, até mesmo do sol. Como o galo era chamado de profeta do tempo, costuma-se combiná-lo com a rosa dos ventos, que indica a direção dos ventos, tradição mantida até hoje.

Quando da restauração do templo, entre 1999 e 2004, a comunidade decidiu retirar o galo antigo, que por mais de um século ficou exposto ao tempo e estava bastante deteriorado. Inclusive, nos anos 1980, havia sido atingido por um raio, sendo necessária a presença dos bombeiros para removê-lo antes que caísse.

O novo galo, assim como a rosa dos ventos, foi confeccionado em bronze e deverá durar por muitos anos. Há poucos dias, ao transitar em frente da igreja, a repórter fotográfica da Gazeta, Rafaelly Machado, não resistiu e captou uma bela imagem da decoração.

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